Quem é o bilionário que foi de lavador de pratos a CEO de tecnologia?

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Uma das empresas mais valiosas do mundo tem, por trás, um CEO que faz questão de lembrar que já lavou pratos. Nesta semana, a Nvidia ultrapassou a Microsoft e se tornou a empresa de maior valor de mercado nos Estados Unidos.
Jensen Huang, 62, é um dos principais nomes por trás da gigante da tecnologia. Ele é CEO e cofundador da Nvidia, que vem ganhando destaque global com o avanço da inteligência artificial.
Quem é Huang?
Nasceu em Taiwan e foi para os Estados Unidos na infância. Ainda criança, morou na Tailândia. Mas, devido à instabilidade do país, migrou com o irmão para os EUA, onde viveu em um internato na zona rural do Kentucky. Por lá, ele tinha que lavar os banheiros.
Atuou como lavador de pratos e garçom no Denny's, rede estadunidense de restaurantes, por cinco anos. Durante uma palestra no ano passado na Universidade de Stanford, ele mostrou que essas experiências moldaram os seus valores. No seu LinkedIn, Huang fez questão de deixar a posição como uma das experiências profissionais.
Para mim, nenhuma tarefa está abaixo de mim. Porque eu lavava louça, limpava banheiros. Limpei muitos banheiros. Já limpei mais banheiros do que todos vocês juntos, e alguns deles... simplesmente não consigo esquecer. Não sei o que dizer. É a vida.
Jensen Huang em palestra, segundo o Business Today
Antes do sucesso no ramo da tecnologia, se destacou como atleta de tênis de mesa. Ele chegou a ser campeão nacional júnior.
Foi na faculdade que se encantou pelos computadores. Ele primeiro estudou na Universidade do Estado do Oregon e depois fez mestrado em engenharia elétrica em Stanford, que se formou em 1992.
Huang criou a empresa em 1993, ao lado dos sócios. No início, a empresa tinha visão de levar gráficos 3D aos mercados de jogos e multimídia. Em 1999, criou o GPU, um microprocessador especializado em processar gráficos. Isso revolucionou a indústria de games para computador. Naquele ano, também abriu para o capital aberto.
Ela foi a primeira fabricante de chips com maior capacidade de processamento para treinar robôs de Inteligência Artificial. Mais de 40 mil empresas usam suas tecnologias de IA. Entre seus clientes, estão Amazon, Microsoft, Meta, Google, Oracle e muitas outras gigantes.
A expansão da IA levou a ação da Nvidia a níveis recordes. As maiores empresas do mundo buscam usar IA para melhorar seus processos. Por exemplo, o ChatGPT, da OpenAI, é todo baseado em milhares de processadores Nvidia.
Depois do ChatGPT e da popularização da IA, a procura por esses chips, e consequentemente por ações da Nvidia, disparou. O gerador de textos por inteligência artificial tornou-se popular no começo de 2023. E, com ele, diversas outras tecnologias do gênero estão em alta.
Como consequência, a Nvidia está crescendo muito. O segmento de data center da empresa, que inclui os produtos para IA, cresceu mais de 400% no último trimestre, em relação ao ano anterior. "A demanda está disparando no mundo todo, em empresas, indústrias e países", disse Jensen Huang, fundador e CEO da empresa. Ele também disse que serviços para indústrias como carros, serviços financeiros e saúde estão em níveis multibilionários.
Fama de Huang em Taiwan causa perplexidade entre colegas da Nvidia. Ele costuma passar despercebido em eventos semelhantes nos Estados Unidos, mas por lá é uma atração. Em maio, quando passou por um restaurante em Taipé, Huang teve que enfrentar uma legião de fãs. "Adoro vir a Taiwan, adoro ver todo mundo aqui e agradeço o apoio, e todos são muito, muito gentis", disse Huang à Reuters, ao ser questionado sobre a recepção entusiasmada que costuma receber em Taiwan.
Ele é a 17ª pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes. O patrimônio de Huang é estimado em US$ 92,9 bilhões. A primeira vez que ele figurou na lista de bilionários da revista foi em 2017. Mas o grande salto de sua riqueza foi de 2023 para 2024, pulando de US$ 21 bilhões para mais de US$ 70 bilhões, com o boom da inteligência artificial. Hoje, ele possui 3% das ações da Nvidia,
Huang demonstra gratidão por seu passado com doações. Primeiro, enviou US$ 2 milhões para que o internato de sua infância ganhasse um dormitório feminino. Para as universidades, as doações foram ainda mais generosas: US$ 30 milhões para Stanford, e US$ 50 milhões para a do Oregon. O dinheiro também foi destinado a melhorias nas instituições.
*Com informações da AFP, da Agência Estado e de reportagens publicadas em 23/02/2024 e 24/05/2024.
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