Live shops: como as vendas ao vivo estão movimentando o e-commerce
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Comprar online está cada vez mais fácil e interativo. As live shops, fenômeno consolidado em países como os Estados Unidos e, principalmente, a China — onde esse modelo já movimenta cerca de R$ 3,9 trilhões por ano, segundo dados do portal Statista, especializado em estatísticas de mercado —, ganham cada vez mais espaço em nosso país.
A Shopee foi uma das primeiras a oferecer o recurso de transmissão ao vivo em seu aplicativo aqui no Brasil, ainda em 2022. Desde o lançamento, as lives shop feitas na ferramenta já tiveram mais de 1 bilhão de visualizações. Ano passado, o Kwai também lançou sua plataforma de e-commerce no país, que permite fazer compras em vídeos e lives transmitidas no app da rede social. O modelo é sucesso na China: no segundo trimestre de 2024, a plataforma vendeu aproximadamente 42 bilhões de dólares em produtos. Mais recentemente, em maio de 2025, foi a vez do TikTok lançar por aqui sua ferramenta de compras.
O fato é que, com essa estrutura oferecida por grandes plataformas, descontos exclusivos, tutoriais, demonstrações de produtos e entretenimento, as vendas ao vivo já viraram rotina nas redes sociais —e você provavelmente já foi impactado por elas.
Mais do que venda
Para Evelyn Marques, que já conquistou duas edições do Prêmio Kwai como a melhor criadora de e-commerce, o segredo do sucesso das live shops está na construção de comunidade e no entretenimento integrado à venda.
Nós vendemos o estilo de vida e é nisso que o entretenimento entra. Na venda de um batom, por exemplo, eu não preciso falar dele o tempo todo, mas eu estou usando. Evelyn Marques, live seller e fundadora da StarLive
Segundo ela, que fundou a StarLive — primeira empresa brasileira de agenciamento e capacitação de live shoppers —, o objetivo vai além de informar sobre o produto: é transformar o telespectador em cliente, e o cliente em fã —alguém que comenta, compartilha e engaja com a transmissão.
O consumidor brasileiro já embarcou
De acordo com a pesquisa "E-commerce Trends 2025", feita pelas plataformas Octadesk e Opinion Box, 88% dos brasileiros compram pela internet ao menos uma vez por mês. E o modelo das lives se encaixa nesse hábito com vantagens claras: imediatismo, interatividade e confiança.
"Quando você indica um produto para uma amiga, por exemplo, tem muito mais valor do que eu mesmo vendendo o meu próprio produto, muito mais do que uma propaganda, porque estamos falando de pessoas reais que passam por situações reais", diz Alexandre Rodrigues, consultor em neurociência aplicada ao negócio e professor do curso Psicologia do Consumo - Como o Cérebro Compra" da ESPM.
As live shops oferecem ainda um nível de personalização difícil de alcançar em outros formatos. "O e-commerce tem um público muito amplo --a Amazon, por exemplo, atende a todos os tipos de consumidor, enquanto a live shop é muito mais direcionada", diz Rodrigues.
Evelyn concorda: "É uma comunidade fiel e leal, que vai acompanhar a marca onde quer que ela esteja --nas redes sociais, nos marketplaces ou até em eventos presenciais."
Por todos esses motivos, o modelo tem sido um caminho natural tanto para as marcas brasileiras quanto para os consumidores: de acordo com a pesquisa "Social Commerce 3.0 - Tendências de consumo nas redes sociais", feita pela Opinion Box em parceria com a All iN, 28% dos consumidores brasileiros já compraram durante transmissões ao vivo —entre eles, 45% afirmam adquirir produtos enquanto assistem às lives.
No ano passado, por exemplo, Evelyn realizou uma live em parceria com uma empresa de calçados nacional, que durou cerca de duas horas. Após a transmissão, a marca vendeu 2 mil pares de sapatos em um único fim de semana.
"As empresas que não adotarem as transmissões ao vivo vão perder espaço no mercado; as live shops são o presente do e-commerce", diz Evelyn.
Atenção ao que (e a quem) você assiste
Apesar do sucesso das live shops, é preciso cuidado com o conteúdo apresentado e, principalmente, com quem está por trás da transmissão, de acordo com o consultor Alexandre Rodrigues "Existem pessoas que representam produtos antiéticos, prejudiciais à saúde e que não agregam valor. Nem todos os produtos divulgados são seguros —e nem toda história contada ao vivo é real."
Por isso, desconfie do excesso de promessas, pesquise antes de comprar e priorize quem tem credibilidade.
Vem aí o Dia de Ofertas UOL
Se você não perde uma boa promoção, já pode marcar na agenda: no dia 17 de junho acontecerá o Dia de Ofertas UOL, evento do Guia de Compras UOL que trará descontos exclusivos em diversos produtos —de eletrônicos a itens de beleza, esportivos, para casa e sex toys.
A programação especial incluirá uma live de vendas exibida no Canal UOL na TV e no YouTube do UOL, comandada pela live seller Evelyn Marques. Você encontrará também inúmeras ofertas especiais em reportagens na home do UOL, em programas ao vivo do Canal UOL, nas redes sociais e canais de WhatsApp do UOL e nas newsletters do Guia de Compras.
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