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Dólar sobe e Bolsa cai com conflito no Oriente Médio e derrubada do IOF

Alexandre Novais Garcia e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/06/2025 09h15Atualizada em 17/06/2025 21h09

O dólar fechou o dia com alta de 0,23%, enquanto a Bolsa de Valores caiu 0,30% nesta terça-feira (17) em razão da guerra entre Israel e Irã e, no Brasil, da aprovação do projeto que acelera a derrubada do decreto com aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O que aconteceu

Dólar comercial fechou com valorização. Mesmo com a variação positiva na maior parte do dia, a divisa superou a barreira de R$ 5,50 apenas uma vez durante a tarde. No fim, fechou o dia subindo 0,23%, cotado a R$ 5,498.

Ontem, a moeda dos EUA recuou mais de 1%. A queda fez o dólar terminar o dia negociado por menos de R$ 5,50 pela primeira vez desde 7 de outubro do ano passado. Somente em junho, a cotação caiu mais de 4%, ou R$ 0,23. No acumulado deste ano, a baixa chega a 11%.

Cotação da divisa para turistas também subiu. O dólar turismo valorizou-se 0,15%, e terminou o dia comprado por R$ 5,532 e vendido a R$ 5,712.

Bolsa de Valores cai. O Ibovespa recuou 0,30%, aos 138.840,02 pontos. Ontem, o principal índice do mercado acionário brasileiro subiu 1,5%, após bater nos 140 mil pontos na máxima do dia.

Petrolíferas impedem tombo maior. As ações preferenciais (PETR4) da Petrobras figuram entre os maiores ganhos do dia, com alta de 2,2% (R$ 32,91).

Conflito no Oriente Médio

Escalada dos ataques entre Israel e Irã amplia tensões. Teerã iniciou na tarde de ontem uma nova onda de bombardeios contra Israel. As cidades de Tel Aviv e Haifa foram os principais alvos da ofensiva. Israel, por sua vez, diz ter matado o principal comandante militar iraniano.

Preço do petróleo sobe e puxa ação das petrolíferas Imagem: Alexander Manzyuk/Reuters

Preço do barril de petróleo volta a subir. Após recuar 1,35% e devolver parte da alta registrada ao final da semana passada, o barril de 159 litros do Brent, referência internacional para o combustível, avançava 3,5% às 17h07, negociado a US$ 76,72. A variação acompanha a elevação do temor pela expansão dos ataques após o presidente dos EUA, Donald Trump, pedir para a população evacuar Teerã.

Ofensiva se une a outras preocupações externas. "As tensões geopolíticas entre Irã e Israel continuam alimentando incertezas, enquanto as negociações comerciais entre China e Estados Unidos seguem sem avanços concretos, ampliando a cautela dos investidores", afirma Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

Ataques pautam discussões em cúpula do G7, no Canadá. O encontro entre as principais economias do mundo resultou em uma declaração formal. No documento, o grupo classifica o Irã como fonte de "instabilidade e terror" e ressalta o "compromisso com a paz e a estabilidade no Oriente Médio".

Lula discursará na cúpula ainda hoje. Ao desembarcar no Canadá, o presidente afirmou que as ofensivas entre Irã e Israel devem fazer parte de suas manifestações. "Qualquer conflito me preocupa", disse. Para Lula, o dinheiro gasto com o conflito poderia ser utilizado para combater a miséria no mundo.

Ajuste fiscal em risco

Câmara vai acelerar derrubada de novo decreto do IOF. Os deputados aprovaram ontem o requerimento de urgência do projeto para suspender as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras. A medida faz parte do ajuste fiscal apresentado pelo governo.

Decisão com 346 votos favoráveis coloca o governo contra as cordas. O aval dos parlamentares permite que o texto seja levado imediatamente para a análise do plenário da Casa, sem a discussão em comissões especiais.

Placar evidencia insatisfação do Legislativo com o governo. Os parlamentares mostram descontentamento com a postura do presidente Lula. As discordâncias envolvem, principalmente, a elevação de impostos para cumprir as metas fiscais e o atraso no pagamento das emendas parlamentares.

Sessão conjunta do Congresso vai analisar vetos de Lula. O acordo sobre pensão a vítimas de zika, a reforma tributária e a dívida dos estados aparecem entre as propostas com trechos que podem ser derrubados. A união entre a Câmara e o Senado também deve ler o pedido de criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Taxas de juros

Mercado aguarda por taxas de juros no Brasil e nos EUA. Amanhã, a Super Quarta será marcada pelos vereditos do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.

Futuro da taxa Selic ainda divide o mercado financeiro. Ainda que a mediana das projeções indique o fim do ciclo de altas da taxa básica nos atuais 14,75% ao ano, parte dos analistas vê uma nova elevação como adequada para conter efetivamente a inflação.

Nos Estados Unidos, há praticamente unanimidade. Para 99,9% dos analistas, os juros serão mantidos no patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano. O patamar segue considerado elevado para os padrões da economia norte-americana.

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