Mercado reduz projeção de inflação e vê Selic estável até o fim de 2025
Do UOL, em São Paulo (SP)
23/06/2025 08h44
Os analistas do mercado financeiro consultados pelo BC (Banco Central) reduziram, pela quarta semana consecutiva, as projeções para a inflação, segundo o Relatório Focus divulgado hoje. As expectativas apontam ainda para a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano até o final de 2025.
Como deve ser a inflação
Mercado prevê inflação em 5,24% ao final deste ano. A variação estimada para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) corresponde a redução em relação à projeção divulgada há uma semana (5,25%). Há quatro, a expectativa era de alta de 5,5% dos preços.
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Previsão indica a inflação acima do teto da meta. Mesmo com os cortes, a estimativa ainda supera o intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que projeta o IPCA a 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.
IPCA estimado para este mês de junho é de 0,27%. Se confirmado, o percentual resultará em um leve ganho de força do índice oficial de preços na comparação com a alta de 0,26% apurada em maio. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses será de 5,37%.
Estimativas foram mantidas para os próximos anos. Segundo os analistas, a variação da inflação perderá ritmo gradualmente em 2026 (4,5%) e 2027 (4%). Para 2028, as estimativas recuaram de 3,85% para 3,83%.
Como devem ficar os juros
Mercado vê taxa Selic em 15% ao ano até o fim de 2025. A alta de 0,25 ponto percentual na comparação com a projeção da semana passada surge após a decisão do BC (Banco Central) de elevar a taxa básica de juros ao maior patamar desde julho de 2006. A mediana das expectativas apontava para o fim do ciclo de elevações, com a Selic mantida em 14,75% ao ano até dezembro.
BC avalia ter encerrado o ciclo de alta da taxa básica de juros. Ao comunicar a elevação da taxa Selic para 15% ao ano na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou que haverá uma "interrupção" do aperto monetário para "examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado".
O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
Comunicado do Copom
Projeções de juros básicos para os próximos anos seguem inalteradas. Os analistas mantêm as projeções de recuo gradual dos juros básicos para 12,5% ao ano ao final do próximo ano. Para 2027 e 2028, o arrefecimento indica que as taxas serão de 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para conter a inflação. Com o recente avanço dos preços, a elevação dos juros básicos é utilizada como alternativa para limitar o consumo e, consequentemente, segurar a alta do IPCA.