Mercado reduz projeção de inflação e vê Selic estável até o fim de 2025

Os analistas do mercado financeiro consultados pelo BC (Banco Central) reduziram, pela quarta semana consecutiva, as projeções para a inflação, segundo o Relatório Focus divulgado hoje. As expectativas apontam ainda para a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano até o final de 2025.

Como deve ser a inflação

Mercado prevê inflação em 5,24% ao final deste ano. A variação estimada para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) corresponde a redução em relação à projeção divulgada há uma semana (5,25%). Há quatro, a expectativa era de alta de 5,5% dos preços.

Previsão indica a inflação acima do teto da meta. Mesmo com os cortes, a estimativa ainda supera o intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que projeta o IPCA a 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.

IPCA estimado para este mês de junho é de 0,27%. Se confirmado, o percentual resultará em um leve ganho de força do índice oficial de preços na comparação com a alta de 0,26% apurada em maio. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses será de 5,37%.

Estimativas foram mantidas para os próximos anos. Segundo os analistas, a variação da inflação perderá ritmo gradualmente em 2026 (4,5%) e 2027 (4%). Para 2028, as estimativas recuaram de 3,85% para 3,83%.

Como devem ficar os juros

Mercado vê taxa Selic em 15% ao ano até o fim de 2025. A alta de 0,25 ponto percentual na comparação com a projeção da semana passada surge após a decisão do BC (Banco Central) de elevar a taxa básica de juros ao maior patamar desde julho de 2006. A mediana das expectativas apontava para o fim do ciclo de elevações, com a Selic mantida em 14,75% ao ano até dezembro.

BC avalia ter encerrado o ciclo de alta da taxa básica de juros. Ao comunicar a elevação da taxa Selic para 15% ao ano na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou que haverá uma "interrupção" do aperto monetário para "examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado".

O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
Comunicado do Copom

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Projeções de juros básicos para os próximos anos seguem inalteradas. Os analistas mantêm as projeções de recuo gradual dos juros básicos para 12,5% ao ano ao final do próximo ano. Para 2027 e 2028, o arrefecimento indica que as taxas serão de 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para conter a inflação. Com o recente avanço dos preços, a elevação dos juros básicos é utilizada como alternativa para limitar o consumo e, consequentemente, segurar a alta do IPCA.

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