BC adota tom duro e sinaliza que Selic seguirá em 15%, diz economista
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O Banco Central adotou um tom mais duro na nova ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e sinalizou que a taxa Selic seguirá em 15%, disse Lucas Farina, analista da Genial Investimentos, em entrevista ao Mercado Aberto de hoje.
De fato, teve esse viés um pouco mais duro e, voltando rapidamente na ata da última reunião de maio, haviam tido alguns itens ali que haviam sido alvos de críticas, incluindo nossas aqui na Genial, que eram basicamente dois pontos que foram endereçados, tanto no comunicado da semana passada como nessa ata de hoje, que era que basicamente, na reunião de maio, o Copom havia utilizado argumentos relacionados ao cenário externo, em detrimento aqui do cenário interno do Brasil, para justificar que o ciclo de aperto monetário estava chegando perto do fim.
E também um segundo ponto é que o Copom estava se apoiando demais na tese de desinflação oriunda de uma redução do preço internacional de muitas commodities.
E agora nesse comunicado e nessa ata de junho o Copom corrigiu isso, a comunicação ficou um pouco mais centrada no cenário interno, assim como houve também uma revisão para cima na projeção de preços administrados.
Lucas Farina
O Copom explicou a alta da taxa Selic a 15% ao ano. No documento, a autoridade monetária afirma que a sétima elevação consecutiva da taxa básica de juros da economia "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante".
O documento antecipa o fim do ciclo iniciado em setembro de 2024. Desde então, a taxa Selic subiu 4,5 pontos percentuais, de 10,5% ao ano para 15% ao ano, e atingiu o maior nível em quase 20 anos. O Copom ainda se reúne mais quatro vezes neste ano.
O economista Lucas Farina reforçou o tom mais forte da ata mais recente do Copom, justificando o aumento da taxa de juros para 15%.
Falando mais especificamente nos pontos relativos a essa ata, eles também reforçam esse viés mais forte dessa ata atual, muito por conta de todos os ventos positivos que o Copom teve nesse período inter-reuniões, entre a reunião de maio e a reunião de junho, que foi uma maior apreciação cambial do real frente ao dólar e também uma surpresa baixista, tanto no índice cheio de inflação como em alguns itens importantes.
O Copom optou por não usar isso como um pilar de sustentação para interromper o ciclo de alta de juros em 14.75, ele optou por se apoiar mais na questão da atividade, no tema da atividade que ainda permanece resiliente para justificar essa última alta de 25 pontos base, que acabou levando a taxa de juros para 15%.
Lucas Farina
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