Dólar sobe e Bolsa cai com BC vendendo dólares e guerra no Oriente Médio

O dólar fechou em alta de 0,63%, a R$ 5,554, e a Bolsa de Valores caiu 1,02% nesta quarta-feira (25), marcada por leilões de dólares do BC (Banco Central), a expectativa de derrubada do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e com a guerra no Oriente Médio.

O que aconteceu

Dólar comercial fechou o dia valorizado. O sinal positivo da moeda norte-americana ante o real persistiu desde os primeiros negócios do dia, acompanhando a alta da véspera. A valorização deixa a moeda mais distante dos R$ 5,50.

O Banco Central vendeu dólares pela manhã. A autoridade monetária ofertou US$ 1 bilhão no mercado à vista, prática que direciona os recursos das reservas internacionais para as instituições financeiras que negociam câmbio. Ao mesmo tempo, foram negociados até 20 mil contratos de swap cambial reverso, movimento equivalente a uma compra de US$ 1 bilhão no mercado futuro.

Leilões não alteraram movimento do dólar. A trajetória da alta da divisa até foi arrefecida logo após a injeção da moeda no mercado, mas a moeda ampliou a alta até a máxima do dia.

Reservas do BC têm maior valor desde dezembro. O atual volume de dólares disponível nos cofres da autoridade monetária soma US$ 348,8 bilhões, maior montante desde o dia 20 de dezembro do ano passado (US$ 347,6 bilhões). O valor reduziu no mês seguinte com a injeção de US$ 32,6 bilhões para segurar a alta do dólar, que aparecia acima de R$ 6,10 ao final de dezembro.

Ibovespa

Bolsa de Valores caiu. O Ibovespa recuou 1,02%, aos 135.767,29 pontos. A variação negativa do principal índice do mercado acionário brasileiro reverte a alta da véspera, de 0,45%. O volume financeiro do pregão superou os R$ 18,7 bilhões.

Derrubada do aumento do IOF está no radar. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), supreendeu o governo ao colocou na pauta do dia a votação do Projeto de Decreto Legislativo que derruba o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras. A elevação foi anunciada pelo Ministério da Fazenda para cumprir com as normas do ajuste fiscal.

Votação é aguardada ansiosamente pelo mercado financeiro. "O mercado está deixando claro que, sem previsibilidade fiscal e um ambiente minimamente estável, o risco de crédito vai continuar aumentando, principalmente para negócios que operam no limite da alavancagem", afirma André Matos, CEO da MA7 Negócios.

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Guerra ainda preocupa

Conflitos persistem após cessar-fogo. Israel diz que a campanha contra o programa nuclear iraniano não chegou ao fim. Os governos dos países dizem que o cessar-fogo depende da interrupção mútua dos bombardeios.

Poder atômico do Irã amplia incertezas. Após o ataque norte-americano às instalações de enriquecimento de urânio de Teerã, havia a expectativa de encerramento do programa nuclear iraniano. No entanto, a Agência de Inteligência da Defesa dos Estados Unidos estima que a ofensiva foi insuficiente para destruir por completo o programa atômico do Irã.

Com isso o preço do barril de petróleo voltou a subir. A ampliação dos temores sobre o cessar-fogo no Oriente Médio fez o valor futuro do barril de 159 litros do Brent subir após três dias consecutivos de queda. Às 17h13, o preço de referência internacional para o combustível avançava 0,46%, cotado a US$ 66,6.

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