Arrecadação federal soma R$ 1,2 trilhão entre janeiro e maio

O governo federal arrecadou quase R$ 1,2 trilhão com impostos e contribuições de janeiro a maio deste ano, segundo dados apresentados hoje pela Receita Federal. É a maior arrecadação desde 1995, quando iniciou a série histórica.

O que aconteceu

Governo federal arrecadou R$ 1,19 trilhão entre janeiro e maio deste ano. O valor corresponde a um acréscimo real de 3,95% ante o intervalo entre janeiro de maio do ano passado, quando os embolsos do governo com impostos alcançaram R$ 1,08 trilhão. A arrecadação acumulada de janeiro a maio de 2025 é a maior desde o início da série histórica, em 1995.

Governo federal arrecada R$ 230,1 bilhões em maio. O valor é o maior para o mês em 31 anos e o terceiro maior de 2025, atrás de janeiro (R$ 301,1 bilhões) e abril (R$ 247,7 bilhões). Até então, o recorde havia sido registrado em 2024, quando a arrecadação de maio somou R$ 202,9 bilhões.

O resultado representa um crescimento real de 7,66%. A variação desconta a inflação sobre o desempenho de maio do ano passado (R$ 202,9 bilhões), mostram os dados do Fisco. Na comparação nominal, a alta foi de 13,39%.

Mas se o governo arrecada tanto, por que precisa arrecadar mais? Juliana Inhasz, professora e coordenadora do curso de economia no Insper, observa que não basta apenas olhar para a arrecadação, mas também para os gastos. Hoje, mais de 90% das despesas são obrigatórias. Na lista estão o pagamento de aposentadorias, funcionários públicos e despesas com saúde e educação, entre outros. "Isso tudo consome uma parte significativa do orçamento", observa a professora.

Apesar do governo ter arrecadação elevada, os gastos são maiores e superam essa arrecadação já há um tempo e inclusive têm crescido nos últimos tempos. Acho que adicionalmente a isso, o governo se comprometeu em metas fiscais que são extremamente ambiciosas e, para cumprir essas metas, ele tem que cortar muita coisa. Ou ele corta gastos - e gastos que são importantes, como saúde, educação, aposentadoria, benefícios - ou ele aumenta a eficiência da arrecadação. Uma outra possibilidade é revisar benefícios e isenções fiscais, que vem sendo muito discutido nos últimos tempos, mas que é uma grande dificuldade de se fazer. Juliana Inhasz, professora e coordenadora do curso de economia no Insper

O que explica a alta

Alguns fatores contribuíram para o aumento da arrecadação no período de janeiro a maio de 2025 na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme a Receita Federal. São eles:

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  1. Aumento da arrecadação no PIS/Pasep e Cofins;
  2. Crescimento na arrecadação com o Imposto de Importação e o IPI vinculado à importação;
  3. Aumento na receita previdência.

A Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de R$ 287.033 milhões, com crescimento real de 3,24%. Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,39% da massa salarial. Além disso, houve crescimento de 15,38% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no período de janeiro a maio de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve também, em maio de 2024, postergação do pagamento da Contribuição Previdenciária e do Simples Nacional para os municípios do Rio Grande do Sul declarados em estado de calamidade pública. Trecho da análise da arrecadação

Pagamento de contribuição previdência e Simples Nacional foram postergados em maio de 2024 em cidade gaúchas que decretaram calamidade pública. "Contribuições Previdenciárias com vencimentos em abril, maio e junho de 2024 foram postergadas para julho, agosto e setembro de 2024, respectivamente. Enquanto o Simples Nacional com vencimento em maio/24 foi postergado para junho/24 e o com vencimento em junho/24 foi postergado para julho/24", observa a Receita Federal.

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