'Existem vários caminhos para atingir a meta de inflação', diz Galípolo

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, avalia que "existem vários caminhos" para direcionar a inflação de volta ao centro de meta de 3,5%. A afirmação surge após o Relatório de Política Monetária do segundo trimestre mostrar uma redução para 4,9% a expectativa de variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025.

O que aconteceu

BC projeta inflação de 4,9% ao final de 2025. Ainda que 0,2 ponto percentual menor do que a previsão anterior, a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permanecerá acima do teto da meta, fixado em 4,5% para este ano. O percentual já considera o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Para o final de 2026, a expectativa aponta para uma alta de 3,6% dos preços.

Compromisso do BC é devolver o IPCA para a meta. Em entrevista após a divulgação do relatório, Galípolo garantiu que a autoridade monetária está "absolutamente comprometida" com o controle inflacionário. "Existem vários caminhos para a gente conseguir atingir o centro da meta", disse ele.

Nossas ações falam por si só, pelo tamanho da intensidade que fizemos, o ajuste restritivo na política monetária nos últimos meses.
Gabriel Galípolo, presidente do BC

Taxa Selic foi elevada ao maior nível desde 2006. O instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação foi elevado a 15% ao ano na semana passada. A taxa considera justamente a devolução da inflação para o centro da meta com a redução do consumo e, consequentemente, o enfraquecimento da economia. Com a pausa do ciclo de alta anunciado, Galípolo diz não haver um cenário que resulte em novas altas a curto prazo.

A postura do Banco Central é essa, de continuar agnóstico, olhando os dados e vendo como a economia reage para calibrar a política monetária e colocar a taxa de juros em um patamar que é restritivo o suficiente para a gente atingir a meta dentro do horizonte.
Gabriel Galípolo, presidente do BC

Autoridade reconhece desaceleração do IPCA. No documento, fica também constatado o desempenho do índice oficial de preços abaixo das expectativas. Ao comentar o resultado de maio, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Abry Guillen, as principais surpresas foram originadas pelos preços administrados, com o aumento das contas de luz devido à mudança da bandeira tarifária.

As projeções de curto prazo trazem a previsão de que a inflação vai rodar [o período acumulado em] 12 meses elevada e cair só no quarto trimestre, ainda permanecendo acima da meta.
Diogo Abry Guillen, diretor do BC

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.