Desemprego cai para 6,2% em maio, menor patamar da história para o mês

Ler resumo da notícia
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre encerrado em maio, mostram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O patamar é o menor da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), apurada desde 2012, para o período, mas ainda equivale a 6,8 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.
Como ficou o desemprego
Desocupação tem menor nível para meses de maio em 14 anos. O patamar mais baixo da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o mês foi atingido após a taxa ficar abaixo dos resultados de 2014 e 2024, períodos nos quais 7,1% da população com 14 anos ou mais se enquadrava como desempregada.
Taxa se reaproxima do menor desemprego entre todos os meses. Na análise entre todos os trimestres móveis, o menor patamar de desocupação do Brasil foi apurado entre setembro e novembro do ano passado, quando 6,1% da população buscava por uma colocação profissional.
Semelhante às divulgações anteriores, o mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão-de-obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais.
William Kratochwill, analista da Pnad Contínua
Cerca de 6,8 milhões ainda buscam uma colocação profissional. O número de pessoas que não tinham emprego e procuraram por um cargo é também o menor para o mês de maio desde 2012. Até então, o menor volume de desempregados para o mês havia sido registrado em 2014 (6,97 milhões). No ano passado, 7,78 milhões buscavam por uma vaga profissional entre março e maio.
Quantidade de pessoas ocupadas aumenta para 103,9 milhões. O total representa um avanço de 1,2% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro. Na comparação anual, foi constatada a inclusão de 2,5 milhões de pessoas (+2,5%) no mercado de trabalho desde maio do ano passado, quando o Brasil tinha 101,3 milhões de pessoas ocupadas.
Os principais responsáveis para a redução expressiva da taxa de desocupação foram o aumento do contingente de ocupados, que cresceu 1,2 milhão de pessoas, naturalmente reduzindo a desocupação, além de taxas de subutilização mais baixas.
William Kratochwill, analista da Pnad Contínua
Emprego formal bate novo recorde
Brasil tem 39,8 milhões de profissionais com carteira assinada. O total representa uma leve variação positiva de 0,8% na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro e um aumento de 3,7% ante igual trimestre do ano passado. Assim como nos trimestres anteriores, o valor é o maior da série histórica.
Informalidade caiu para 37,8% no trimestre encerrado em maio. O percentual é referente à proporção de 39,3 milhões de trabalhadores informais na população ocupada. O índice é inferior ao verificado tanto no trimestre até fevereiro (38,1%), como no mesmo período do ano passado (38,6%).
Volume de trabalhadores sem carteira assinada permanece estável. O contingente de trabalhadores no setor privado sem carteira permaneceu estável em 13,7 milhões. Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores por conta própria com CNPJ cresceu 3,7% em um trimestre. Na comparação anual, a evolução foi de 8,4%.
Atividades
Taxa de desemprego cresceu apenas em um setor no trimestre. Entre março e maio, apenas administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento na ocupação frente ao trimestre móvel anterior. "Esse grupamento possui uma característica peculiar neste trimestre, pois é quando ocorre o início do ano letivo. Consequentemente, é preciso uma estrutura de suporte, com a contratação de professores, ajudantes, cuidadores, cozinheiros e recepcionistas", diz Kratochwill.
Na comparação anual, o destaque ficou com cinco grupamentos. Aumentaram os contingentes de trabalhadores na comparação com maio do ano passado a indústria (3,9%, ou mais 501 mil pessoas), os ramos de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,4%, ou mais 655 mil pessoas), as atividades relacionadas ao transporte, armazenagem e correio (7%, ou mais 395 mil pessoas), o segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,7%, ou mais 475 mil pessoas) e a administração pública (3,4%, ou mais 625 mil pessoas).
Salários
Remuneração dos trabalhadores renovou maior patamar da história. O salário médio real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 3.457 no trimestre entre março e maio. O valor supera em 3,1% o recorde anterior para o período (R$ 3.354), registrado no ano passado.
Massa de rendimento real habitual aumenta para R$ 354,6 bilhões. Impulsionada pelos maiores salários, a soma das remunerações de todos os trabalhadores também representa um novo recorde. O total é resultado da alta de 1,8% no trimestre (mais R$ 6,2 bilhões) e aumentando de 5,8% (mais R$ 19,4 bilhões) em um ano.
Como o rendimento médio real permaneceu estável, consequentemente ocorreu aumento da massa de rendimentos, ou seja, a maior massa de rendimentos resultou quase exclusivamente da expansão do volume de ocupados, e não de aumento do rendimento médio.
William Kratochwill, analista da Pnad Contínua
O que é a Pnad Contínua
Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.
Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas, sim, o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Sendo assim, os números atuais mostram como foi o mercado de trabalho entre os meses de março e maio de 2025.
Taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas da força de trabalho que não estão ocupadas, mas disponíveis e em busca por um emprego. O método utilizado pelo IBGE exclui do cálculo todos que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.