'Tarifas podem voltar como bumerangue', diz Scott Bessent sobre negociações

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O secretário do Tesouro dos EUA disse hoje, em entrevista ao canal de TV norte-americano CNBC, que os países que deixarem as negociações das tarifas para o último minuto podem ver as taxas "voltar como um bumerangue" a partir da próxima quarta-feira. Scott Bessent também afirmou que, apesar das previsões do mercado, as tarifas não geraram aumento na inflação no mercado interno.
O que aconteceu
Tarifas recíprocas voltam a vigorar a partir de 9 de julho. Essas taxas são aquelas que são cobradas de forma variável, dependendo do país, e com base em quanto os Estados Unidos pagam de tributos para importar os produtos de cada um deles. O Brasil foi sobretaxado em 10%.
Negociações ainda estão em andamento e novos acordos podem ser anunciados até semana que vem. Vietnã, que tinha sido taxado em 46%, fez um acordo com os EUA, mas ainda terão taxas entre 20% e 40%, enquanto o país comandado por Trump não vai pagar nenhum imposto sobre as importações de produtos vietnamitas. Foi o terceiro fechado até agora. Bessent disse que esses acordos precisam ser selados antes que os valores anteriores sejam cobrados novamente.
[Os países] acham que podem conseguir o melhor negócio. E, como já avisei, quando fiz outras entrevistas, esses países devem ter cuidado porque suas taxas podem voltar como um bumerangue para a taxa de 2 de abril
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, em entrevista à CNBC
Não há inflação generalizada no mercado interno. Bessent comentou o temor do mercado norte-americano, que temia um aumento generalizado na inflação e consequente prejuízo ao consumo. "Você pode ter um aumento de preço único por conta das tarifas. Mas em termos de inflação econômica generalizada, não acho que causem isso", disse.
"Tarifaço" foi suspenso uma semana depois do anúncio, em abril, por 90 dias. Neste momento, há uma taxa de 10% global, exceto para alguns produtos —como aço e alumínio—, e países, como Canadá, México e China. Segundo Bessent, os comentários de que as tarifas prejudicariam a economia e os mercados não se concretizaram. "O mercado teve a recuperação mais rápida de todos os tempos, desde a mínima de abril. E estamos em novas máximas no mercado", defendeu.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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