Dólar tem menor cotação em mais de 1 ano e Bolsa atinge máxima histórica
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O dólar caiu 0,29% nesta quinta-feira (3) e fechou cotado a R$ 5,405 para a venda, o menor valor desde junho do ano passado. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, também atingiu seu maior nível da história, se aproximando dos 141 mil pontos. Uma das razões para o bom desempenso é a divulgação de resultados acima das expectativas sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.
O que aconteceu
Dólar comercial fechou em sua menor cotação em mais de um ano. O valor de R$ 5,405 é o menor valor desde os R$ 5,381 atingidos em 14 e junho do ano passado.
Ontem, a divisa dos EUA recuou 0,74%. A variação negativa fez a moeda norte-americana fechar o dia cotada no menor patamar desde 19 de agosto do ano passado. No acumulado deste ano, a desvalorização do dólar em relação ao real ultrapassa os 12%.
Bolsa bate recorde. O Ibovespa subiu 1,35%, atingindo 140.927,86 pontos. Com o desempenho, o índice fechou em sua máxima histórica, ultrapassando os 140.109,63 pontos do dia 20 de maio deste ano.
Índice chegou a superar os 141 mil pontos. O nível foi atingido pela primeira vez na história nas máximas do dia, por volta das 11h. Até então, o maior patamar intradiário havia sido registrado no dia 27 de maio deste ano (140.381,94). O volume da sessão foi de US$ 16,5 bilhões.
A Embraer (EMBR3) comemorou. Por volta das 16h, suas ações subiam 3,92%, seguidas por CSN (CSNA3), com alta de 3,76%, e por São Martinho (SMTO3): 3,75%. Embraer subiu após divulgação de balanço com entregas acima do esperado. Já a CSN acompanha alta do minério de ferro
O destaque negativo foram ações da Ambev (ABEV3). Elas recuavam 1,03% no mesmo horário, seguidas por BRF (BRFS3), 0,82%, e MRV (MRVE3), 0,64%. A queda da BRF se deve "ao andamento da fusão com Marfrig", diz nota da operadora Ativa Research.
Ambiente positivo ainda exige cautela. Pedro Da Matta, CEO da Auda Capital, avalia que os negócios mostram maior apetite ao risco dos investidores. "A instabilidade fiscal, a judicialização de instrumentos como o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] e os ruídos políticos no Congresso mantêm o ambiente de crédito pressionado", diz ele.
Com o dólar a R$ 5,40 e o Ibovespa aos 140 mil pontos, o mercado continua reagindo a expectativas mais do que aos fundamentos.
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio
Trabalho nos EUA
Relatório de empregos dos EUA animou. O mercado financeiro repercute as informações do Departamento de Estatísticas do Mercado de Trabalho, que pode trazer indícios dos próximos passos do Fed, o Banco Central dos EUA. Isso acontece porque a autoridade monetária norte-americana tem como missão a manutenção da economia em situação de pleno emprego.
Taxa de desemprego recuou para 4,1% em junho. O percentual é 0,1 ponto percentual inferior ao divulgado há um mês e 0,2 ponto percentual menor do que as expectativas do mercado, que indicavam para o aumento da taxa para 4,3% no mês passado. Os dados mostram ainda que a criação de vagas não-agrícolas (147 mil) e os pedidos de seguro-desemprego (233 mil) foram melhores do que as projeções.
Desemprego é decisivo para o futuro dos juros. Os dados são decisivos para a compreensão do desempenho da atividade econômica. Para o presidente dos EUA, Donald Trump, os juros no atual patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano prejudicam o andamento da maior economia do mundo. "Deveríamos estar pagando juros de 1% ou menos", disse ele.
Se eles estivessem fazendo seu trabalho corretamente, nosso país estaria economizando trilhões de dólares em custos de juros.
Donald Trump, presidente dos EUA
Juros menores também beneficiam o Brasil. As taxas mais baixas nos Estados Unidos e em outras economias desenvolvidas é boa notícia para as economias emergentes, que tendem a atrair maiores volumes de investimento, apesar de oferecerem risco mais elevado.
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