Polícia Civil prende suspeito por ataque hacker contra o sistema do Pix

O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prendeu um dos suspeitos pelo ataque hacker contra o sistema da empresa de software C&M, que conectava sistemas de instituições financeiras e Banco Central em pagamentos em tempo real, do qual o Pix faz parte. Estima-se que o crime contra o sistema financeiro nacional envolvendo a companhia que liga as operações entre bancos e o Pix seja o maior da história, com prejuízo estimado superior a R$ 1 bilhão.

O que aconteceu

Prisão do suspeito aconteceu em São Paulo. A ofensiva contra João Nazareno Roque pelo envolvimento na ação contra o sistema da empresa de software C&M aconteceu nesta manhã. O homem, que trabalhava na C&M, foi levado para o prédio do antigo DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

Detido contou ser funcionário terceirizado da C&M há três anos. Segundo a Globonews, o suspeito teria declarado aos agentes que trabalha para a empresa de software. Em depoimento aos policiais, ele teria dito que foi abordado por um homem que desejava conhecer o sistema ao sair de um bar no mês de março.

Ele conta que recebeu R$ 5.000 para oferecer o acesso. O suspeito preso disse ainda que a segunda abordagem foi feita pelo WhatsApp com o interesse de que ele oferecesse um login e senha que permitissem o acesso à estrutura de pagamento via Pix da C&M.

Delegacia de Crime Cibernético de São Paulo atua no caso. O órgão foi acionado para rastrear o dinheiro desviado. De acordo com informações do Deic, o suspeito teria facilitado que demais indivíduos realizassem transferências eletrônicas em massa, no importe de R$ 541 milhões da BMP para outras instituições financeiras.

Já o BC (Banco Central) determinou inicialmente que a C&M desligasse o acesso dos clientes à sua infraestrutura. A empresa presta serviço para a autoridade monetária como uma intermediadora entre as instituições financeiras e o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), sistema no qual são realizadas as transações via Pix.

BMP foi o principal cliente da C&M afetado pelo ataque. A empresa que atua no modelo de banking service admite que o incidente comprometeu a infraestrutura da C&M e permitiu acesso indevido à sua conta reserva e de mais outras cinco instituições financeiras. Ainda assim, a BMP diz que nenhum cliente foi impactado ou teve seus recursos afetados.

C&M Software afirma que não foi a origem do incidente. Em nota, a empresa diz colaborar com as investigações e nega que a violação do sistema tenha ocorrido após falhas nos sistemas ou na tecnologia de software. "As evidências apontam que o incidente decorreu do uso de técnicas de engenharia social para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso", diz.

Desde o primeiro momento, foram adotadas todas as medidas técnicas e legais cabíveis, mantendo os sistemas da empresa sob rigoroso monitoramento e controle de segurança.
C&M, em nota

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Homem permanece preso. Ele passou por uma audiência de custódia na tarde de hoje, mas apenas para verificação se houve alguma irregularidade no ato da prisão. UOL entrou em contato e aguarda posicionamento da defesa do suspeito.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Ao contrário do informado inicialmente, a prisão foi realizada pela Polícia Civil, não pela Polícia Federal.

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