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Japão aprova pacote de US$ 182 bilhões para estimular a economia

05/12/2013 07h09

TÓQUIO, 5 Dez (Reuters) - O gabinete do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aprovou nesta quinta-feira um pacote econômico de US$ 182 bilhões para tirar a economia da deflação (queda contínua dos preços, o contrário da inflação), mas permanecem dúvidas sobre o impacto econômico.

O pacote tem um valor total de 18,6 trilhões de ienes (US$ 182 bilhões), que é um número exagerado já que inclui empréstimos de credores apoiados ao governo e gastos de governos locais já planejados.

O cerne do pacote é de 5,5 trilhões de ienes em medidas de gastos que Abe ordenou em outubro para impulsionar a economia antes de um aumento do imposto sobre vendas em abril, e o governo não tem que vender nova dívida para financiar esse gasto.

O pacote levantou preocupações de que o governo do Japão não se afastou de medidas paliativas e decisões de política fragmentadas que alguns dizem terem afetado o crescimento de longo prazo.

"Participantes do mercado querem que o governo foque ainda mais energia em política econômica", disse Hiroshi Miyazaki, economista sênior do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.

"Alguns desses itens, como reconstrução do terremoto, já estavam marcados e não constituem realmente uma estratégia econômica."

As medidas aprovadas nesta quinta-feira vão acrescentar 1 ponto percentual ao Produto Interno Bruto e criar cerca de 250 mil empregos, de acordo com o governo.

O pacote aprovado inclui medidas para impulsionar a competitividade; auxiliar mulheres, jovens e os mais velhos; acelerar a reconstrução após terremoto e tsunami de março de 2011; e construir infraestrutura para a Olimpíada de Tóquio de 2020.

O tamanho total do pacote o equipara com o plano de gastos de 20 trilhões de ienes anunciado por Abe mais cedo neste ano como parte de sua campanha para dar fim a 15 anos de queda de preços e de crescimento fraco do Japão.

O valor principal que geralmente é anunciado pelo governo japonês como medidas econômicas costuma incluir gastos que já foram comprometidos, e tende a exceder bastante a quantia de novos investimentos reais do governo.

Nova emissão de dívida não será necessária já que os novos gastos serão cobertos por receitas tributárias que superaram as projeções iniciais de orçamento devido à recuperação econômica, assim como o uso de fundos não utilizados de outras contas.

(Por Stanley White)