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Conheça a história de altos e baixos da ALL e Cosan

24/02/2014 13h33

SÃO PAULO, 24 Fev (Reuters) - A Rumo Logística, subsidiária da Cosan (CSAN3), anunciou nesta segunda-feira uma proposta para se unir à ALL (ALLL3), em um negócio para criar uma gigante do setor de transportes no Brasil com valor de quase R$ 11 bilhões.

A ALL, maior empresa independente do setor na América do Sul, e a Cosan, uma companhia de açúcar e etanol em sua origem, têm uma história de cooperação de longa data, marcada também por alguns conflitos.

No passado, já houve uma negociação frustrada para entrada da sucroalcooleira no capital da operadora de ferrovias.

A Cosan, principal produtora individual de açúcar e etanol do país --por meio de sua fatia na joint venture Raízen--, vem buscando cada vez mais se firmar como uma empresa de infraestrutura e energia.

Confira a seguir os principais fatos da relação entre as duas empresas:

Em março de 2009 a ALL anunciou ter firmado com a Cosan e sua controlada Rumo Logística um contrato de longo prazo para transporte de açúcar a granel e outros derivados pela operadora ferroviária. Pelo acordo, a Rumo iria investir em um sistema de transporte ferroviário, apoiado na operação da ALL que, por sua vez, garantiria o transporte 1,09 milhão de toneladas/mês a partir do quarto ano do contrato.

Em fevereiro de 2012 a Cosan anunciou a assinatura de um contrato com os acionistas da ALL, Riccardo Arduini, Julia Dora Koranyi Arduini e GMI, por meio do qual iria adquirir 38,980 milhões de ações da empresa, sendo 34 milhões vinculadas a acordo de acionistas, por um valor total de R$ 896,543 milhões. A transação estava sujeita ao cumprimento de certas condições como a autorização de todos os signatários do acordo de acionista da ALL, além das aprovações governamentais necessárias.

Em junho de 2013, um executivo da Cosan afirmou em um evento em São Paulo que a ALL não estava cumprido os volumes contratados para escoamento de açúcar, dando prioridade para a movimentação de grãos.

Já a ALL afirmou na ocasião que não priorizava uma carga em detrimento de outra, mas admitiu que restrições de capacidade alheias à sua vontade impediram o atendimento de 100 por cento dos volumes assumidos em contrato. Segundo a empresa, esses volumes assumiam a entrada em operação do trecho de duplicação da malha ferroviária entre Itirapina e Santos, o que não ocorreu.

Em agosto de 2013, a Cosan anunciou que havia encerrado as negociações para comprar ações da ALL sem que o acordo se concretizasse. Segundo a empresa, as condições suspensivas previstas no contrato de compra e venda de ações da ALL não haviam sido implementadas até o momento.

Em outubro de 2013 a ALL informou que adotou "medidas legais" contra a Rumo Logística com o objetivo de discutir contratos que regulam a relação entre as duas empresas, sendo que o processo poderia "culminar na extinção da referida relação contratual".

Na mesma ocasião, a Rumo ingressou com pedido de arbitragem contra a operadora ferroviária ALL, para fazer valer seus direitos contratuais.

Em janeiro deste ano, tanto Cosan quanto ALL assumiram que negociavam soluções para a disputa judicial envolvendo a Rumo sobre possível combinação das atividades, mas ressaltaram que até aquele momento não havia formalização de proposta.