PANORAMA 2- Bovespa sobe 1% e dólar reduz alta por rumores eleitorais
SÃO PAULO, 14 Out (Reuters) - A Bovespa deixou o terreno negativo e subia mais de 1 por cento nesta terça-feira, enquanto o dólar reduzia a alta sobre o real, em meio a especulações sobre as pesquisas eleitorais do Datafolha e do Ibope que devem ser divulgadas ainda nesta semana.
Já os juros futuros mais longos continuavam em alta, refletindo a decepção dos investidores com o resultado do levantamento do Vox Populi, divulgado na noite de segunda-feira, que mostrou empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), com vantagem numérica para a atual presidente.
Veja como estavam os principais mercados financeiros pouco depois das 14h00 desta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar subia ante o real nesta terça-feira após pesquisa eleitoral Vox Populi mostrar pequena vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves, configurando empate técnico, cenário diferente ao indicado antes pela pesquisa Sensus, que mostrava o tucano na dianteira nas intenções de voto.
Pesava também o quadro global de aversão ao risco após a divulgação de números fracos sobre a economia europeia e que levavam a moeda norte-americana a subir frente ao euro e a algumas outras divisas emergentes.
Na sessão passada, o dólar caiu 1,27 por cento após pesquisa Sensus mostrar ampla vantagem de Aécio sobre Dilma.
"A pesquisa (Vox Populi) veio na contramão do que o mercado esperava. Agora que os sinais estão menos consistentes, o mercado vai esperar Datafolha e Ibope para se posicionar com mais firmeza", afirmou o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala.
O levantamento, divulgado na noite passada, mostrou Dilma --cuja política econômica é alvo de críticas nos mercados financeiro-- com 51 por cento dos votos válidos, contra 49 por cento de Aécio. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais, os dois estão em empate técnico na disputa no segundo turno.
Novas pesquisas Datafolha e Ibope de intenções de voto devem ser divulgadas a partir desta quarta-feira.
O dólar também subia no exterior em meio às persistentes preocupações com a economia global, reforçadas nesta sessão por quedas inesperadamente fortes da produção industrial da zona do euro e da confiança do investidor alemão.
Nos mercados emergentes, contudo, a pressão no câmbio era menos intensa. Isso porque, diante do cenário de menor crescimento da economia global, parte do mercado acredita que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode demorar mais tempo para elevar a taxa de juros da maior economia do mundo e atrair recursos que estão alocados em outras praças, como a brasileira.
"É um quadro misto. Por um lado, a economia global preocupa e isso gera aversão a risco. Por outro, se o Fed demora para subir juros, isso é bom para mercados como o Brasil", explicou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
O dólar subia cerca de 0,7 por cento sobre o euro, mas apenas 0,2 por cento contra o rand sul-africano.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, como parte das atuações diárias. Foram vendidos 2,3 mil contratos para 1º de junho e 1,7 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 45 por cento do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.
BOVESPA
A Bovespa abandonou o viés negativo no fim da manhã desta terça-feira e passou a subir, amparada nas ações da Vale e na firmeza de Wall Street, com investidores mitigando o quadro mais acirrado na corrida presidencial apontado em pesquisa Vox Populi e especulando sobre levantamentos Ibope e Datafolha nos próximos dias.
O Ibovespa chegou a 57.258 pontos na mínima mais cedo, em queda de 1,2 por cento.
Pesquisa Vox Populi divulgada na segunda-feira à noite mostrou empate técnico na disputa do segundo turno da eleição entre Dilma Rousseff (PT), que tenta se reeleger, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, com vantagem numérica para a presidente.
Havia expectativa de alguma correção do Ibovespa nesta sessão após a alta de quase 5 por cento na segunda-feira, em reação à pesquisa Sensus divulgada no sábado que mostrou vantagem expressiva para Aécio, cuja política econômica mais ortodoxa é bem vista por investidores.
Mas prevalecia a leitura de que o Vox Populi ficou mais próximo dos últimos números do Ibope e Datafolha, logo, sem grandes novidades, o que direcionou a atenção para novos levantamentos desses dois institutos que serão divulgados ainda nesta semana. Rumores sobre os resultados dessas pesquisas já circulavam nas mesas das corretoras.
O mercado também está na expectativa do primeiro debate na TV entre os candidatos no segundo turno nesta noite.
O ajuste de baixa de ações como Petrobras, que já começou tímido, foi revertido, com as preferenciais PETR4.SA avançando 0,90 por cento e as ordinárias PETR3.SA subindo 1,16 por cento, isso mesmo depois de terem disparado com valorização de cerca de 10 por cento no primeiro pregão da semana.
A pressão negativa do setor financeiro também foi anulada, com bancos como Itaú ITUB4.SA e Bradesco BBDC4.SA passando para o terreno positivo, mas Cielo CIEL3.SA ainda era destaque de baixa.
No exterior, o noticiário europeu trouxe números fracos sobre a economia da zona do euro e da Alemanha, mas Wall Street firmou-se no azul, com as atenções voltadas para resultados corporativos. O índice S&P 500 avançava 1,24 por cento.
Os papéis da Vale VALE5.SA VALE3.SA estavam entre as maiores altas do Ibovespa, após nova elevação dos preços do minério de ferro na China.
As ações da Cyrela Brazil Realty CYRE3.SA oscilava ao redor da estabilidade, após a construtora e incorporadora reportar queda em lançamentos e vendas no terceiro trimestre.
Ainda no noticiário corporativo, a Oi OIBR4.SA anunciou que foi contatada por vários interessados no negócio de telecomunicações em Portugal, mas que não recebeu ainda qualquer proposta e não tomou uma decisão sobre a venda dos ativos.
Também no setor de telecomunicações, o presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, disse ao Valor Econômico que a TIM Participações TIMP3.SA tem cinco anos para rever sua estratégia de atuação no país e que sua controladora ainda não recebeu contato direto de interessados na aquisição da subsidiária brasileira.
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