Crescimento da China supera expectativas mas ações despencam novamente
Por Kevin Yao e Pete Sweeney
PEQUIM (Reuters) - A economia chinesa cresceu 7 por cento na base anual no segundo trimestre, superando projeções de analistas, mas os mercados acionários voláteis do país ainda assim despencaram em um lembrete das ameaças aos esforços de Pequim para guiar a economia para longe da desaceleração.
Autoridades já tinham lançado uma série de medidas para tirar as ações de uma queda livre de 30 por cento e aparentemente obtiveram sucesso na semana passada, mas o recuo registrado nesta quarta-feira pode reanimar preocupações sobre a capacidade do governo de gerir a economia.
O dia começou em tom positivo com os números de crescimento e dados sobre atividade mensal que também superaram as expectativas, com a produção industrial atingindo uma máxima de cinco meses, na esteira de dados sobre o aumento nos empréstimos bancários na terça-feira.
A Agência Nacional de Estatísticas, ao divulgar os números positivos, descreveu os mercados acionários como cruciais para a estabilidade econômica. Como se esperassem a deixa, os principais índices, que já recuavam, chegaram a cair mais de 4 por cento durante a sessão.
O índice CSI300 acabou encerrando o pregão com queda de 3,54 por cento, enquanto o índice de Xangai recuou 3,02 por cento.
"Investidores liquidaram suas posições uma vez que os dados do PIB não conseguiram impressionar", disse o diretor da UOB Kay Hian, Steven Leung.
Os investimentos em ativos fixos subiram 11,4 por cento em bases anuais nos seis primeiros meses de 2015, segundo a agência de estatísticas, superando a previsão de alta de 11,2 por cento.
Já o crescimento da produção industrial acelerou para 6,8 por cento em junho, ante expectativa de alta de 6 por cento na comparação anual após aumento de 6,1 por cento no mês anterior.
Por sua vez, as vendas no varejo aumentaram 10,6 por cento no mês passado sobre o mesmo período do ano anterior, contra expectativa de alta de 10,2 por cento.
O governo prevê crescimento do PIB de cerca de 7 por cento para 2015, o que seria a taxa mais fraca em 25 anos.
A agência de estatísticas alertou que a recuperação precisa de mais apoio para se consolidar.
"Precisamos também tomar nota de que o cenário econômico doméstico e externo continuam complexos, e que a recuperação econômica mundial é tortuosa e lenta", disse a agência.
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