Emergentes chegam a reunião do Fed avisados, mas nem tão preparados
CINGAPURA (Reuters) - Apesar do longo rufar de tambores antes daquele que deve ser o primeiro aperto monetário do Federal Reserve em anos, a chance de o banco central norte-americano elevar a taxa de juros nesta semana diminuiu tanto que os mercados emergentes podem ser duramente atingidos se isso ocorrer.
As moedas de mercados emergentes despencaram, as ações caíram e os rendimentos de títulos subiram de forma constante desde a metade do ano, quando autoridades do Fed sinalizaram a possibilidade de que poderiam elevar sua taxa, que atualmente está perto de zero, no segundo trimestre pela primeira vez em 9 anos.
As expectativas sobre o momento da alta se vinham se concentrando em setembro. Mas um adiamento para dezembro agora parece provável, uma vez que a inflação norte-americana está abaixo da meta, os preços das commodities vêm recuando e a desaceleração do crescimento da China esfriou a economia global.
Apenas sete dos 17 entrevistados em pesquisa da agência de notícias Reuters esperavam que o Fed aumentasse a taxa de juros nesta semana. Mas se a minoria se mostrar correta na quinta-feira, os investidores terão de rever rapidamente suas projeções de a quão longe o Fed irá e quão rapidamente se dará esse percurso, afetando os custos de financiamento.
"O mercado precifica probabilidade de 30%, então esse cenário não está completamente incorporado aos preços", disse o estrategista-chefe para juros e câmbio na Ásia do Bank of America Merril Lynch, Claudio Piron.
"Então é uma situação difícil em um mundo onde nós não temos uma recuperação global sincronizada, onde, sem dúvidas, o mais importante provedor de liquidez do mundo está endurecendo sua política, e isso continuará a atingir os preços das commodities", concluiu.
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