Grandes empresas aéreas permitirão a tripulantes evitar áreas afetadas por Zika
(Reuters) - Grandes empresas aéreas, como as norte-americanas United e Delta e as europeias Lufthansa e Air France, se dispuseram a transferir determinados tripulantes, temerosas de contrair o zika vírus em países afetados pela doença para outras rotas.
A política das companhias norte-americanas, mostra como o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, ligado a milhares de casos de má-formação craniana no Brasil, assoma como tema preocupante não somente para os passageiros, mas também para comissários de bordo e pilotos.
Em um memorando interno de 28 de janeiro visto pela agência de notícias Reuters, a United afirmou que as comissárias grávidas, assim como aquelas que desejam engravidar, podem mudar suas rotas para evitar as regiões atingidas pelo zika sem temor de repercussões.
A empresa oferece opções semelhantes para as pilotos, disse Charles Hobart, porta-voz da United Continental Holdings, companhia do mesmo grupo, à Reuters na quarta-feira.
A Delta Air Lines também permite que seus funcionários troquem de itinerário desde o dia 17 de janeiro, e "até o momento um pequeno número de tripulantes trocou suas viagens", segundo seu porta-voz, Morgan Durrant.
"Temos uma preocupação imediata com a saúde de nossos membros", afirmou Sara Nelson, presidente internacional da Associação de Comissários de Bordo-CWA, quando instada a comentar o memorando da United.
"Esta questão está mudando em um ritmo bem rápido, (e) é importante que estas atualizações continuem acontecendo", disse ela, acrescentando que as empresas do setor parecem estar reagindo mais rápido aos temores de seus empregados do que em epidemias anteriores, como o surto de ebola de 2014.
Europa
Na Europa, os regulamentos de segurança exigem que pilotos e comissárias de bordo sejam realocados para tarefas em solo quando estiverem grávidas.
Lufthansa e Air France também informaram que já ofereceram aos tripulantes com quaisquer reservas a respeito de voarem a um destino em particular a chance de mudar de turno. A empresa francesa ressaltou que fez o mesmo durante a crise de ebola.
Na quinta-feira, a porta-voz da Lufthansa declarou que até agora poucos tripulantes trocaram de rota em função dos temores com o zika.
(Reportagem adicional de Victoria Bryan em Berlim)
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