Cemig contrata bancos para vender hidrelétricas e negócio de gás, dizem fontes
SÃO PAULO, 5 Jul (Reuters) - A companhia energética mineira Cemig contratou ao menos três bancos de investimento para preparar a venda de pequenas centrais hidrelétricas e uma unidade de distribuição de gás, disseram três fontes com conhecimento direto dos planos.
A iniciativa é parte dos esforços da segunda maior empresa de distribuição de energia do Brasil para reduzir sua dívida.
A Cemig, controlada pelo governo do Estado de Minas Gerais, contratou o Itaú BBA para preparar a venda da unidade de gás, conhecida como Gasmig, disseram duas das fontes, que pediram anonimato já que o plano é sigiloso. A Cemig espera levantar R$ 1,7 bilhão com a venda da unidade de Gasmig, disseram as fontes.
De acordo com as três fontes, a Cemig também deu mandato ao Banco do Brasil e ao BTG Pactual para coordenar a venda de algumas das 24 pequenas centrais hidrelétricas da companhia, todas em Minas Gerais.
A Cemig, Itaú BBA, BB e BTG Pactual não quiseram comentar.
A Cemig está vendendo ativos com retornos decepcionantes ou que demandem muito capital, num esforço para reduzir a dívida, que atingiu mais de 13 bilhões de reais no final de março.
A Reuters publicou recentemente que a Light, controlada da Cemig, está negociando a venda de uma fatia de 16 por cento na Renova Energia, atraindo o interesse das chinesas State Grid, Three Gorges e CGGC Energy.
As ações preferenciais da Cemig subiram 29% no mês passado em meio a especulações sobre a venda potencial de ativos. No ano, os papéis acumulam alta de 35%.
Segundo as três fontes, o governo mineiro, maior acionista da Cemig, não tem dinheiro para injetar na empresa.
Os governos regionais estão lutando com déficits orçamentários recordes, o que levou o governo federal em junho a refinanciar R$ 81 bilhões de dívidas estaduais.
O movimento da Cemig pode dar impulso a uma onda de fusões e aquisições no setor elétrico. A State Grid anunciou na semana passada a compra de 23% da CPFL Energia, maior empresa privada de energia por R$ 5,85 bilhões.
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