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Lagarde diz que FMI deve cortar projeção de crescimento global com redução do comércio

Xinhua
Imagem: Xinhua

David Lawder

01/09/2016 14h09

WASHINGTON, 1 Set (Reuters) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a instituição deve reduzir sua previsão de crescimento global de 2016 novamente devido à demanda fraca, queda do comércio e investimento e crescente desigualdade.

Lagarde disse à Reuters em entrevista que os líderes do G20 precisam fazer muito mais para estimular a demanda, impulsionar o comércio e a globalização e combater a desigualdade.

E embora algumas importantes ameaças à economia global ainda não tenham se materializado, como a recessão provocada pela decisão britânica de sair da União Europeia ou um colapso no crescimento chinês, ela descreveu o cenário global como "um crescimento ligeiramente em queda, frágil, fraco e certamente não alimentado pelo comércio".

"Seria possível argumentar que a decisão britânica não está realmente gerando a forte crise que esperávamos, seria possível argumentar que a transição chinesa está ocorrendo razoavelmente bem e seria possível argumentar que os preços baixos das commodities subiram um pouco", disse Lagarde.

"No entanto, quando você olha mais a fundo as perspectivas de crescimento econômico, o potencial de crescimento e a produtividade, não estamos vendo sinais muito bons e provavelmente nós vamos revisar para baixo nossa projeção para o crescimento em 2016."

Relatório em outubro

O FMI deve rever as estimativas em seu relatório "Perspectiva Econômica Global" no começo de outubro, antes de suas reuniões anuais.

Citando incertezas globais em torno do referendo do Reino Unido sobre a permanência na UE, o FMI cortou em julho a previsão de crescimento global para 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017. 

Lagarde explicou que falará aos líderes do G20 no domingo e na segunda-feira em Hangzhou, na China, que mais reduções no potencial de crescimento e mais obstáculos ao livre momento de bens, serviços, capital e pessoas afetarão todos eles. Ela disse que as pessoas prejudicadas pelo comércio e inovação precisam ser ajudadas por políticas que as permitam se requalificar e adquirir novas aptidões e mobilidade de emprego.

"Isso é algo que todos os países e governos devem se preocupar e sobre o qual se mobilizar", disse Lagarde. 

O FMI disse em nota aos líderes do G20 que a queda dos volumes de comércio contribuiu para o menor crescimento e pediu a eles que defendam os benefícios do comércio.