Banco do Brasil busca racionalização conforme serviços digitais ganham espaço
SÃO PAULO, 21 Nov (Reuters) - O Banco do Brasil planeja economizar até R$ 3,05 bilhões, cortando até 18 mil empregos, em meio à necessidade de ser um banco digital mais forte, impulsionar retornos e recuperar o atraso em relação aos rivais, afirmou o presidente-executivo da instituição financeira, Paulo Caffarelli, nesta segunda-feira (21).
O banco controlado pelo governo planeja fechar 402 agências, reduzir outras 379 e dar aposentadorias antecipadas aos funcionários que aceitarem os termos propostos durante um período de oferta que termina em 9 de dezembro. A economia anual esperada, excluindo custos de pessoal, poderia chegar a até R$ 750 milhões.
As ações de Caffarelli para cortar o tamanho do maior banco brasileiro por ativos visam enfrentar uma estrutura que atualmente paga três vezes mais salários do que os rivais. O plano de aposentadoria antecipada, que poderia ajudar a reduzir a folha de pagamento do Banco do Brasil em 17%, poderia impulsionar a lucratividade e a capacidade de geração de capital, disse Caffarelli.
Adaptação a 'nova era'
A reorganização, provavelmente a mais ambiciosa do Banco do Brasil em pelo menos duas décadas, reforça o compromisso de Caffarelli de fazer o melhor uso do capital. Desde a sua nomeação em maio, Caffarelli acelerou a reprecificação da carteira de crédito do Banco do Brasil e a renegociação de créditos problemáticos - provocando um aumento de 63% no preço das ações.
"Nós estamos apenas adaptando o banco a uma nova era, onde os serviços digitais e um cenário de competição mais desafiador nos obrigam a nos tornar um participante mais ágil", disse Caffarelli em evento em Brasília, onde o banco tem sua sede.
Com base nas estimativas de consenso da empresa de serviços financeiros Thomson Reuters, o impacto de reduções consideráveis em salários e agências poderia ajudar a aumentar o lucro em até 10% nos próximos anos.
A direção do banco e o governo brasileiro, acionista controlador do Banco do Brasil, consideram a reestruturação necessária para reformular o modelo de negócios do banco para a crescente dependência dos clientes em canais digitais.
De acordo com Caffarelli, as transações bancárias digitais e móveis ultrapassaram R$ 1 bilhão no ano passado, representando a maior parte do fluxo de negócios do Banco do Brasil.
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