OCDE vê impulso dos EUA à economia global e projeta estagnação do Brasil em 2017
PARIS, 28 Nov (Reuters) - O crescimento global vai acelerar mais rápido do que se esperava nos próximos meses uma vez que os cortes de impostos planejados pela administração de Trump e os gastos públicos aquecem a economia dos Estados Unidos, com expectativa de estagnação no Brasil em 2017, disse a OCDE nesta segunda-feira (28).
Em seu Panorama Econômico, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico revisou suas previsões para cima e estimou que o crescimento global vai acelerar de 2,9% este ano a 3,3% em 2017 e chegará a 3,6% em 2018.
Quanto a economia do Brasil, a previsão para 2016 piorou, apontando contração de 3,4% ante estimativa anterior de recuo de 3,3%. Mas para 2017 a conta apresentou melhora, com a OCDE projetando estagnação ante contração de 0,3% antes. Para 2018 a organização vê um crescimento de 1,2%.
A organização com sede em Paris foi ligeiramente mais otimista sobre as perspectivas dos Estados Unidos, com uma previsão de crescimento no próximo ano de 2,3%, ante 2,1% previstos em setembro.
O crescimento dos EUA vai acelerar mais em 2018 para 3%, a taxa mais alta desde 2005, com a administração Trump prometendo cortar impostos para pessoas jurídicas e físicas, além de iniciar um programa de investimento em infraestrutura.
Uma renovada economia norte-americana vai ajudar a compensar a fraqueza em outros lugares do mundo.
O OCDE mostrou-se ligeiramente menos pessimista sobre o cenário para o Reino Unido do que em setembro, uma vez que o banco central tem ajudado a aliviar o impacto econômico da decisão de deixar a União Europeia.
A economia britânica deve crescer 2% este ano, contra 1,8% estimado anteriormente, embora a taxa possa cair pela metade até 2018.
A previsão para a China, que não é membro da OCDE, é de um crescimento de 6,7% neste ano e de 6,4% em 2017, ambos um pouco melhor do que o esperado anteriormente.
A perspectiva para a zona do euro também foi ligeiramente melhor, apesar das incertezas sobre o futuro relacionamento do Reino Unido com o continente. Impulsionado pela política monetária frouxa, o crescimento da região foi projetado em 1,7% neste ano e em 1,6% em 2017, ambos revisados com ligeira alta.
(Por Leigh Thomas)
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