Azul envia à SEC prospecto para IPO de R$1,65 bi
SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea Azul divulgou nesta quinta-feira prospecto preliminar para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com preço estimado de 19 a 23 reais por papel preferencial e de 18,02 a 21,81 dólares para as American depositary shares (ADS).
Terceira maior companhia aérea do país, a Azul retoma pela quarta vez seu plano de listagem na bolsa. A última tentativa, em junho de 2015, foi abortada, assim como das primeiras vezes, pelo cenário adverso do mercado.
Conforme documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais norte-americano, a oferta contempla 72 milhões de ações PN, sendo 63 milhões de papéis da companhia e 9 milhões de acionistas, consistindo em uma oferta internacional e uma brasileira. Com isso, o valor da operação, considerando o teto da faixa de preço indicada, é 1,656 bilhão de reais.
No prospecto, a Azul diz que estima que os recursos líquidos que irá receber com a operação será de 1,26 bilhão de reais, após descontadas comissões e despesas, considerando um preço na oferta de 21 reais - ponto médio da faixa indicativa.
"Nós pretendemos utilizar esses recursos líquidos para pagar dívidas de aproximadamente 315 milhões de reais e para fins gerais da companhia", afirmou a empresa no documento.
A oferta global poderá ser acrescida de um lote de até 14,4 milhões de ações a serem vendidas pelo acionista vendedor e pelos coordenadores brasileiros e internacionais.
O documento protolocado nesta quinta-feira informa que o IPO da Azul terá Citigroup Global Markets, Itau BBA USA Securities, Deutsche Bank Securities, Banco do Brasil Securities, Bradesco Securities, JP Morgan Securities, Raymond James & Associates e Santander Investment Securities como coordenadores internacionais.
Os coordenadores brasileiros são Banco Itaú BBA, Citigroup Global Markets Brasil, Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, Deutsche Bank, BB Banco de Investimento, Banco Bradesco BBI, Banco JP Morgan, Banco J. Safra e Banco Santander Brasil.
Segundo o documento, os investidores Saleb II Founder 13, Star Sabia, WP-New Air, Azul Holding, ZDBR, Bozano, Maracatu, Morris Azul, TRIP e Rio Novo Locações serão acionistas vendedores na operação.
A empresa pediu para listar os papéis com o símbolo AZUL4 na BM&FBovespa e AZUL na Bolsa de Nova York (NYSE). Na bolsa brasileira, o pedido é para listagem no Nivel 2.
De acordo com o documento enviado à SEC, a Azul teve prejuízo de 126,3 milhões de reais em 2016, bem abaixo do resultado negativo de 1,07 bilhão de reais um ano antes.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) ajustado somou 1,8 bilhão de reais no ano passado ante 1,2 bilhão de reais em 2015. A receita operacional total somou 6,67 bilhões de reais ante 6,26 bilhões de reais no ano anterior.
(Por Paula Arend Laier)
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