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G20 repetirá garantias sobre câmbio, mas não há acordo ainda sobre rejeitar protecionismo

17/03/2017 09h35

Por Jan Strupczewski e Gernot Heller

BADEN BADEN, Alemanha (Reuters) - Os líderes financeiros mundiais vão repudiar desvalorizações competitivas e alertar contra a volatilidade da taxa de câmbio, segundo o esboço de comunicado do G20 visto pela Reuters, mas ainda não chegaram a uma postura comum sobre o comércio e o protecionismo.

Os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo podem ter dificuldades para apresentar uma postura unida sobre o protecionismo depois que a nova administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a avaliar a adoção de um imposto de fronteira que tornaria as importações mais caras.

O esboço do comunicado do G20, que ainda pode mudar e será publicado apenas no sábado, também afirma que a política monetária continuará sustentando o crescimento e a estabilidade de preços, mas não pode sozinha levar a um crescimento econômico equilibrado.

"Reiteramos que o excesso de volatilidade e movimentos desordenados nas taxas de câmbio podem ter implicações adversas para a estabilidade econômica e financeira", disse o esboço comunicado visto pela Reuters.

"Vamos fazer consulta nos mercados de câmbio. Reafirmamos nossos compromissos anteriores em termos de taxas de câmbio, inclusive que vamos evitar desvalorizações competitivas e não usaremos as taxas de câmbio para fins competitivos", disse.

Essas frases não estavam no esboço anterior, mas foram reinseridas devido às insistências de vários governos e instituições do G20 para não alarmar os mercados de que estaria a caminho uma mudança de política.

"A política monetária continuará a sustentar a atividade econômica e garantir a estabilidade de preços, consistente com o mandato de bancos centrais, mas a política monetária sozinha não pode levar a um crescimento equilibrado", completou o esboço, repetindo a postura do G20 do ano passado.

Mas o esboço, por enquanto, não faz referência a questões de comércio e protecionismo, rompendo com uma tradição de uma década de comunicados do G20 que, ao longo dos anos, usaram vários tipos de redação para endossar o livre comércio e rejeitar o protecionismo.

(Reportagem adicional de Michael Nienaber, Joseph Nasr e David Lawder)