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Bovespa opera sem viés claro com cautela por cena política; Cemig é destaque positivo

23/03/2017 12h16

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista oscilava entre leves altas e baixas nesta quinta-feira, com o cenário político local despertando cautela dos investidores, enquanto as ações da Cemig se recuperavam da queda da véspera e ajudavam a limitar a pressão negativa.

Às 12h13, o Ibovespa tinha variação positiva de 0,02 por cento, a 63.534 pontos. O giro financeiro da sessão era de 3 bilhões de reais.

A Câmara dos Deputados concluiu na noite de quarta-feira o projeto que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho e também altera regras para contratação temporária. O placar da votação, 231 votos a 188, acendeu a luz amarela no mercado para a dificuldade que o presidente Michel Temer deve enfrentar para avançar outras reformas.

"A votação trouxe notícias não muito positivas, como o voto contrário de parte da base aliada de Temer. E a terceirização não tem o mesmo potencial explosivo da reforma da Previdência, por exemplo", escreveram analistas da corretora Coinvalores, adicionado que o resultado permite entender que o governo terá de fazer mais concessões para aprovar a reforma da Previdência.

Em outra frente, o governo federal divulgou um rombo de 58,2 bilhões de reais nas contas públicas para o cumprimento da meta fiscal deste ano, mas não revelou quanto cortará do Orçamento, deixando o anúncio do contingenciamento e um possível aumento de impostos somente para a próxima terça-feira.

Wall Street operando no azul também ajudava a tirar alguma pressão, embora a cautela persistisse em meio à expectativa pela votação nos EUA do novo sistema de saúde, uma vez que um fracasso na aprovação da legislação do presidente Donald Trump levantaria dúvidas sobre a capacidade do mandatário de cumprir outros pontos de sua agenda que precisam da apoio do Congresso.

DESTAQUES

- VALE PNA caía 1,3 por cento e VALE ON perdia 1,53 por cento, em dia de baixa nos preços dos contratos futuros do minério de China na China, que tocaram mínima de 10 meses.

- JBS ON recuava 1,74 por cento e BRF ON cedia 0,22 por cento, ainda refletindo os impactos da operação Carne Fraca, conforme países seguem anunciando restrições a importações de carne brasileira. No caso da JBS, o mercado tem ainda no radar a notícia publicada pelo Valor Econômico de que a empresa reduziu em até 30 por cento o abate de bovinos em seus frigoríficos após os embargos. MARFRIG ON subia 2,16 por cento e MINERVA ON, que não faz parte do Ibovespa, recuava 0,32 por cento.

- BM&FBOVESPA ON caía 0,53 por cento, após ter subir 3,1 por cento na véspera, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão com a Cetip, aceitando as propostas das próprias companhias para conduta com eventuais concorrentes e política de preços. CETIP ON tinha ganho de 0,97 por cento, após alta de 1,24 por cento na véspera. As empresas informaram que devem divulgar metas unificadas de investimentos em cerca de 60 dias e que o cálculo estimado de ágio com a fusão é de cerca de 6 bilhões de reais.

- CEMIG PN subia 3,66 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, revertendo as perdas da véspera quando refletiu a pressão com a revogação da liminar que permitia que a empresa continuasse como operadora da hidrelétrica de Jaguara nas condições oficiais do contrato de concessão da usina.

- OI ON tinha alta de 6,75 por cento e OI PN avançava 12,81 por cento. A empresa teve prejuízo de 3,3 bilhões de reais no quarto trimestre, montante 30 por cento inferior ao saldo negativo verificado um ano antes. Além disso, o conselho de administração do grupo de telecomunicações divulgou novos termos para o plano de recuperação judicial da empresa. As ações da Oi não fazem parte do Ibovespa.

(Por Flavia Bohone)