Grupo chinês HNA vai entrar na concessionária RIOgaleão no lugar da Odebrecht, diz Moreira Franco
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, confirmou nesta segunda-feira (24) que o grupo chinês HNA vai entrar na concessionária que administra o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, a RIOgaleão.
"Felizmente, as coisas se deram de maneira positiva. Os chineses compraram a parte da Odebrecht e, com isso, vamos ter a Changi e o grupo chinês, que é forte", disse Franco, em entrevista para comentar o resultado do leilão de linhas de transmissão de energia, realizado nesta segunda-feira em São Paulo.
Não foi possível contatar representantes do HNA para comentar o assunto.
Segundo o ministro, a outorga ao governo federal que era devida pela concessionária do Galeão, relativa a 2016, de R$ 919 milhões, foi paga na semana passada, quando a RIOgaleão afirmou que desembolsará outros R$ 4,5 bilhões para pagar as parcelas da outorga deste ano, de 2018, de 2019 e parte da de 2020.
A entrada de um novo sócio era aguardada dentro do governo para que a concessionária pagasse as outorgas em atraso.
Lava Jato
Por conta do envolvimento da Odebrecht na operação Lava Jato, o grupo teve dificuldades para obter financiamento, o que estava complicando a situação do consórcio.
Fontes próximas da negociação para o reescalonamento da dívida da concessionária junto ao governo federal vinham afirmando à agência de notícias Reuters que a entrada de um novo sócio na RIOgaleão era uma exigência do governo para resolver as pendências financeiras do grupo que administra o aeroporto.
O consórcio RIOgaleão venceu o leilão do aeroporto em 2013, com um lance de R$ 19 bilhões, um ágio de quase 300%.
No ano passado, a chinesa Hainan Airlines, do grupo HNA, anunciou investimento de US$ 450 milhões na companhia aérea Azul.
(Por Leonardo Goy)