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Exportações de açúcar e etanol do centro-sul cairão em 2017/18, estima Unica

26/04/2017 17h30

SÃO PAULO (Reuters) - Os embarques de açúcar do centro-sul do Brasil, principal região exportadora do adoçante do mundo, deverão cair 400 mil toneladas em 2017/18 na comparação com a temporada passada, para 27,9 milhões de toneladas, diante da expectativa de uma safra menor, estimou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

A exportação de etanol também vai cair, atingindo os menores níveis pelo menos desde o início da década, afirmou a associação que representa as usinas da região que responde por mais de 90 por cento da produção de cana do país.

Em nota à Reuters, a Unica disse que a queda nas exportações de açúcar equivale à redução projetada na produção, que deverá totalizar 35,2 milhões de toneladas em 2017/18, recuo anual de 1,2 por cento, na esteira de uma menor moagem de cana.

Analistas projetam que o mundo terá um superávit de açúcar na temporada 2017/18, após dois anos consecutivos de déficit, principalmente por maiores produções na Índia e na União Europeia. No cenário traçado pela Unica, o Brasil limitaria o crescimento da oferta global.

Ainda assim, a perspectiva de um excedente global tem pressionado as cotações internacionais.

Os contratos futuros do açúcar bruto na bolsa de Nova York caíram para uma mínima de um ano nesta quarta-feira, com o contrato de referência atraindo o maior volume já registrado à medida que operadores veem melhores perspectivas para a safra 2017/18.

Para o etanol, a Unica estimou exportação pelo centro-sul de cerca de 1,1 bilhão de litros no ciclo 2017/2018, abaixo do volume registrado em 2016/17, de 1,36 bilhão de litros.

Se confirmada a previsão, será o menor volume de etanol embarcado pelo centro-sul desde pelo menos 2012/13, segundo dados da Unica.

A produção do biocombustível sofrerá queda de 3,7 por cento no centro-sul em 2017/18, para 24,7 bilhões de litros, segundo estimativas da Unica, com usinas desestimuladas pela competição com a gasolina no mercado interno e mais focadas na produção de açúcar, que está atualmente mais rentável que o biocombustível.

(Por Gustavo Bonato e Roberto Samora)