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Lucro do Itaú Unibanco cresce quase 20% no 1º tri com menores despesas para calotes

Aluísio Alves

03/05/2017 08h32

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco viu seu lucro crescer no primeiro trimestre, mostrando que conseguiu compensar os efeitos da pior recessão brasileira ao controlar as despesas administrativas e melhorar a qualidade de sua carteira, o que resultou em menos provisões para perdas com calotes.

O maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira (3) que seu lucro recorrente do período somou R$ 6,176 bilhões, alta de 6,2% sobre o trimestre anterior e de 19,6% ano a ano. O lucro líquido foi de R$ 6,05 bilhões, aumento de 9,2% e de 16,7% nas comparações sequencial e anual, respectivamente.

Em linha com o que mostrara o Santander Brasil ao divulgar seus resultados de janeiro a março, o Itaú Unibanco teve queda sequencial de 17,9% na provisão para perdas com inadimplência, líquido de recuperação, a R$ 4,99 bilhões. Essa variação teve benefício de um recuo de R$ 810 milhões no impairment, baixa contábil de ativos financeiros.

No trimestre, o banco passou a incluir o impairment na linha de provisões para perdas com inadimplência, em vez de na margem financeira com clientes. E adicionou na linha de margem financeira com clientes descontos oriundos de renegociação de crédito.

Calote e atraso

A queda em despesas para calotes refletiu o controle da qualidade da carteira, mesmo num ambiente de longa contração do crédito. No fim de março, o saldo de empréstimos do banco, incluindo avais e fianças, era de R$ 550,3 bilhões, queda de 2,1% em três meses e de 8,4% ano a ano.

Ainda assim, no fim do primeiro trimestre, as operações com atraso acima de 90 dias representavam 3,4% da carteira, estável ante dezembro e queda de 0,1 ponto sobre 12 meses antes.

Ao provisionar menos para calotes, o banco mais que compensou a queda de 7,8% na margem financeira com clientes, que mede as receitas com operações de crédito e que somaram R$ 17,1 bilhões de janeiro a março.

O balanço também mostrou controle das chamadas despesas não decorrentes de juros, que inclui pagamento de salários, com os R$ 11 bilhões do trimestre significando queda sequencial de 7,8% e alta anual de apenas 0,8%.

Na outra ponta, as receitas com tarifas e serviços do Itaú Unibanco recuaram 1,7% sobre o último quarto de 2016, mas cresceram 7% ano a ano, para R$ 7,84 bilhões.

Com essa combinação, o conglomerado, que nesta semana passou a ser comandado por Candido Bracher, fechou o trimestre com retorno recorrente sobre o patrimônio líquido de 22%, alta de 1,3 ponto sobre o trimestre anterior e de 2,4 pontos percentuais sobre um ano antes.