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BB tem lucro ajustado quase duas vezes maior no 1º tri; inadimplência sobe

Aluísio Alves

11/05/2017 08h21Atualizada em 24/05/2017 14h11

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil quase dobrou seu lucro recorrente do primeiro trimestre, com sua campanha de corte de custos já surtindo efeitos nas despesas administrativas, além de reduzir as provisões para perdas com calotes, mas a retração no crédito contribuiu para um salto no índice de inadimplência.

O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quinta-feira lucro ajustado de 2,5 bilhões de reais entre janeiro a março, alta de 95,6 por cento ante mesma etapa de 2016. Em termos líquidos, o lucro de janeiro a março foi de 2,44 bilhões de reais, alta de 3,6 por cento na comparativo ano a ano.

A instituição, que sob o comando de Paulo Caffarelli, lançou em dezembro uma agressiva campanha de cortes de custos incluindo programa de aposentadoria incentivada e fechamento de agências, viu as despesas operacionais caírem 9,9 por cento sobre o fim de 2016, para 12,85 bilhões de reais e alta anual de 0,3 por cento.

A última linha do resultado também foi apoiada por um recuo de 26,6 por cento sobre um ano antes e de 10,3 por cento na base sequencial na provisão para perdas com calotes, para 6,7 bilhões de reais. O dado pode indicar que o BB espera melhora do perfil da sua carteira nos próximos meses.

Melhora que não aconteceu no primeiro trimestre. Ao contrário, o índice de atrasos superiores a 90 dias atingiu 3,89 por cento, um salto em relação aos 2,59 por cento de um ano antes. No fim de 2016, o índice era de 3,29 por cento.

Esse movimento refletiu em parte a retração de 11,4 por cento na carteira de financiamentos do BB em 12 meses, para 688,7 bilhões de reais no fim de março. A carteira ampliada orgânica interna, que referencia a previsão do banco para 2017, caiu 9,2 por cento em 12 meses, a 633,3 bilhões de reais.

Por outro lado, as receitas do banco com tarifas subiram 12,3 por cento contra um ano antes, para 6,1 bilhões de reais.

O conjunto do resultado levou a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido ajustado de 10,4 por cento, ante 5,6 por cento um ano antes e 7,2 por cento no trimestre anterior.