Brasil não teve "oportunidade e ousadia" para reduzir meta de inflação, diz Ilan

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que conduz o seu trabalho de forma técnica e apartidária, independentemente da atual crise política enfrentada pelo Brasil, e que o país não teve "oportunidade e ousadia" para reduzir a meta de inflação.
Desde que a crise política atingiu o governo do presidente Michel Temer, houve mudança na projeção de redução da taxa básica de juros diante da expectativa de que haverá mais dificuldade para aprovar reformas importantes, como a da Previdência.
Sem as reformas, que podem levar à piora do quadro fiscal, o BC pode ser obrigado a ser mais duro na condução da política monetária. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
"Continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente", disse Ilan ao participar de evento em São Paulo na noite de segunda-feira (12).
Em meio ao ambiente de inflação cada vez mais distante do centro da meta oficial --de 4,5% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos--, Ilan disse ainda que o país não conseguiu discutir reduzir o objetivo. Faltou "oportunidade e ousadia" para tanto, afirmou, sem entrar em detalhes.
Neste mês, o CMN (Conselho Monetário Nacional) terá de fixar uma meta de inflação para 2019 e há defesa dentro da equipe econômica que ela deve ficar abaixo de 4,5%. A inflação tem rodado abaixo de 4% em 12 meses, abrindo espaço para esse movimento.
O presidente do BC também disse que está satisfeito no comando da autoridade monetária e que tem se preocupado em jogar tanto na defesa como no ataque, sem especificar quais são as ações.
"A gente joga tanto na defesa como no ataque. Mas o que é da defesa ninguém vê. Em muita coisa a gente joga no ataque, fazendo agendas".
Desde que assumiu, Ilan tem tentando levar o adiante uma série de medidas para, por exemplo, reduzir o custo do crédito, por meio da Agenda BC+.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.