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Presidente do BCE foi mal interpretado pelos mercados, dizem fontes

28/06/2017 10h23

Por Francesco Canepa

SINTRA, Portugal (Reuters) - O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, quis sinalizar tolerância para um período de inflação mais fraca, não um aperto iminente da política monetária, quando suas declarações impulsionaram o euro nesta semana, disseram fontes familiarizadas com o pensamento de Draghi.

O BCE não quis comentar.

As declarações de Draghi na terça-feira, considerados "hawkish", impulsionaram o euro e os rendimentos dos títulos.

As fontes disseram que Draghi quis confirmar os fortes dados econômicos recentes e preparar o mercado para a decisão sobre o futuro do programa do BCE de compras de títulos de 2,3 trilhões de euros, mas sem estabelecer qualquer compromisso.

Ele também quis destacar que o BCE não vai afrouxar a política monetária automaticamente devido à atual desaceleração da inflação, que deve ser de 1,2 por cento em junho e com expectativa de que se mantenha em torno desse nível no próximo ano.

Em vez disso, o banco central está preparado para permitir que os preços levem mais tempo para atingir sua meta de pouco menos de 2 por cento, mesmo depois de ficar mais de quatro anos sem atingir o objetivo.

Mas o discurso estava cheio de ressalvas, o que também implica que o BCE permanece pronto para afrouxar a política monetária se as condições de financiamento se apertarem como resultado, por exemplo, de um euro mais forte ou de rendimentos mais altos nos Estados Unidos ou na Europa, disseram as fontes sob condição de anonimato.

"O mercado falhou em observar as ressalvas no discurso de Draghi", disse uma delas.

Os operadores consideraram as declarações como um sinal de que o BCE está se preparando para encerrar o programa já em janeiro, um resultado que as autoridades disseram que ainda não foi discutida e, em última instância, dependerá da inflação e de outros dados econômicos nos próximos meses.