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Caixa prevê que nova linha de crédito para lotes urbanos criará 70 mil empregos no país

08/08/2017 18h42

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal espera que o Produlote, uma linha de crédito de 1,5 bilhão de reais disponibilizada a partir desta terça-feira para financiar loteamentos urbanos, possa criar cerca de 70 mil empregos, disse nesta sexta-feira o presidente do banco, Gilberto Occhi.

"Acreditamos que 1,5 bilhão de reais sejam suficientes para o ano de 2017", comentou Occhi ao participar de evento de lançamento da linha na sede do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), que contou ainda com a presença do presidente Michel Temer.

Anunciado na véspera, o Produlote destina-se a empresas loteadoras ou urbanizadoras com faturamento fiscal anual superior a 15 milhões de reais e financiará até 70 por cento do custo da infraestrutura do loteamento, limitado a 50 por cento do valor geral de vendas (VGV).

O orçamento de 1,5 bilhão de reais vem da própria Caixa e será direcionado a empreendimentos em todo o país, destacou Occhi. "A exigência é que se localize em área urbana. Não vamos incentivar construção em áreas afastadas do centro urbano porque queremos uma política que incentive infraestrutura urbana", explicou o presidente do banco.

As taxas de juro cobradas devem oscilar entre 15 e 18 por cento ao ano, completou o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza. "São taxas de juro competitivas em um mercado altamente promissor, o que tende a diminuir o custo de aquisição de imóveis", disse Souza. Segundo ele, a Caixa levou seis meses para estruturar o Produlote, que terá como garantia os recebíveis e outro imóvel.

O prazo de obra é de até 24 meses e a empresa loteadora ou urbanizadora terá mais 6 meses de carência pós-obra e 48 meses para quitar o financiamento. "Também teremos oportunidade de oferecer financiamento individual para famílias que desejarem adquirir um lote", comentou Occhi, sem entrar em detalhes.

Para o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flavio Amary, a criação de uma linha específica para lotes urbanizados pela Caixa é uma demanda muito antiga do setor e deve encorajar outros bancos a entrar neste segmento.

"Sempre que a Caixa inicia um processo em financiamento imobiliário, outros bancos tendem a acompanhar esse movimento", disse Amary, ressaltando que a linha de crédito para lotes urbanizados corrobora os esforços para solucionar o déficit habitacional do país.

O presidente do Secovi ainda pediu ao presidente Temer que seu governo siga focado em reduzir despesas, e não em aumentar a receita por meio da elevação de impostos. "Seria muito ruim para toda sociedade que tenhamos aumento de imposto", disse.

Mais cedo, Temer admitiu que o governo conduzia estudos sobre as alíquotas de Imposto de Renda, mas informou que não havia definição sobre o tema.

PRÓ-COTISTA

Questionado por jornalistas sobre a suspensão da linha de financiamento imobiliário pró-cotista, que oferece as taxas mais baixas depois do Minha Casa Minha Vida (MCMV), Occhi reiterou que o programa será retomado a partir de janeiro de 2018.

"A Caixa negociou com o Ministério das Cidades e o conselho curador do FGTS para retomar (o pró-cotista) a partir de janeiro do ano que vem", comentou o presidente do banco, sem elaborar sobre valores.

O orçamento da Caixa para todos os tipos de financiamento habitacional previsto para este ano é de 84 bilhões de reais, sendo 6,1 bilhões de reais para a linha pró-cotista, que o banco afirma ter sido totalmente utilizada até junho.

REMUNERAÇÃO DO FGTS

A Caixa distribuirá até 31 de agosto deste ano os dividendos equivalentes a 50 por cento do lucro líquido do FGTS a todos os trabalhadores que tinham conta até 31 de dezembro do ano passado.

"Ainda vamos fechar o balanço do fundo de garantia nesta semana, mas pela primeira vez na vida haverá distribuição de lucros do FGTS", ressaltou.

Durante o evento no Secovi-SP, o presidente Michel Temer afirmou que a nova remuneração do FGTS adicionará cerca de 7 bilhões de reais ao fundo. Atualmente, o FGTS tem remuneração de 3 por cento ao ano mais a Taxa Referencial (TR).