Dilma diz que privatização da Eletrobras é ameaça; Maia rebate
SÃO PAULO (Reuters) - A ex-presidente Dilma Rousseff fez duras críticas à proposta do Ministério de Minas e Energia de privatizar a Eletrobras e disse que a medida pode ameaçar o suprimento de energia elétrica do país e resultar em "uma conta de luz estratosférica" para os brasileiros.
"Vender a Eletrobras é abrir mão da segurança energética. Como ocorreu em 2001, no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), significa deixar o país sujeito a apagões", escreveu a ex-presidente em sua conta no Twitter.
"O resultado é um só: o consumidor vai pagar uma conta de luz estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido", atacou.
A ex-presidente, que teve o mandado cassado após um processo de impeachment no ano passado, foi ministra de Minas e Energia no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando comandou uma reformulação nas regras do setor elétrico que fortaleceu a Eletrobras e o poder do Estado sobre o segmento.
Em 2012, quando já era presidente, Dilma conduziu uma nova mudança nas regras do setor, com o objetivo de reduzir as tarifas de eletricidade para impulsionar a indústria e o consumo. Mas as medidas resultaram em perdas bilionárias para a Eletrobras, que só voltou a ter lucro no ano passado, além de terem gerado fortes aumentos nas contas de luz nos últimos anos.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que os comentários de Dilma sinalizam que o governo está no caminho certo ao privatizar a Eletrobras. Para ele, não tem nenhuma necessidade de o governo ter o controle da Eletrobras.
Maia avaliou a gestão da Eletrobras nos últimos anos, principalmente no governo do PT, da presidente Dilma, como desastrosa.
"Aliás, a declaração da presidente Dilma hoje me dá muito conforto na decisão de privatizar. Se ela diz que há um risco para o setor de energia do Brasil, eu digo o contrário. A medida provisória 579 quebrou o setor de energia...", disse ele.
Os problemas financeiros enfrentados pela Eletrobras após a redução tarifária anunciada em 2012, baseada na MP 579, são agora um dos principais argumentos utilizados pelo governo do presidente Michel Temer para propor a redução da fatia da União na companhia.
(Reportagem de Luciano Costa, em São Paulo, e Maria Carolina Marcello, em Brasília)
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