BNDES vai antecipar pagamento ao Tesouro em 2018; BB e Petrobras não serão privatizados, diz fonte do governo
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BNDES terá de devolver em 2018 ao Tesouro uma nova parcela de recursos referente a repasses bilionários feitos ao banco nos últimos anos, disse à Reuters nesta quarta-feira uma fonte do primeiro escalão do governo, acrescentando que o governo não cogita privatizar outras grandes estatais, como Banco do Brasil, Petrobras, Correios ou Caixa.
O valor ainda está sendo negociado entre o governo e o BNDES e cálculos estão sendo feitos para que a devolução atenda às necessidades do governo sem comprometer o fôlego de financiamento do banco de fomento
"Ainda não discutimos os valores a serem devolvidos, mas é certo que vamos precisar de alguma devolução do BNDES", disse à Reuters a fonte em condição de anonimato. "Não se chegou a valores ainda, mas são para 2018", acrescentou.
No fim do ano passado, ainda sob o comando da então presidente Maria Silvia Bastos Marques, o BNDES devolveu ao Tesouro 100 bilhões de reais. Ao longo dos governos do PT, o Tesouro direcionou ao BNDES mais de 500 bilhões de reais, usados em empréstimos do banco de fomento.
O BNDES informou que até agora não há previsão de novo pagamento antecipado de recursos ao Tesouro.
O governo vem encontrando dificuldades para fechar suas contas desse ano, com frustração de receitas e dificuldades na aprovação de medidas como a reforma da Previdência. A meta de déficit fiscal deste ano e de 2018 foram elevadas para 159 bilhões de reais.
Em busca de recursos, o governo anunciou algumas concessões na área de infraestrutura e privatizações, como da Eletrobras, Casa da Moeda e Lotex.
A fonte, no entanto, negou possíveis vendas de Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e ou Petrobras. "Isso não existe", disse a fonte.
Paralelamente, o governo também conversa com o banco sobre a possibilidade de devolução de recursos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), outra fonte de financiamento aos empréstimos do BNDES.
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