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B3 vai reduzir prazo de liquidação no mercado à vista para D+2 no 1º semestre de 2018

29/08/2017 17h27

SÃO PAULO (Reuters) - A B3 vai reduzir o prazo de liquidação das operações feitas no mercado à vista para D+2, ante os atuais D+3, no primeiro semestre do próximo ano, disse nesta terça-feira o vice-presidente de operações, clearing e depositária da bolsa paulista, Cicero Vieira.

"O objetivo é alinhar nossas práticas ao mercado norte-americano, que deve começar a operar em D+2 já a partir do mês que vem", disse Vieira em entrevista à Reuters. "Durante algum tempo ficaremos defasados, o que não é um grande problema, mas não é ideal, porque há uma arbitragem."

A medida agiliza a conclusão de negócios feitos no mercado de ações e com cotas de fundos imobiliários. Com isso, vendedores e compradores receberão seus ativos dois dias úteis após a operação, em vez dos três dias úteis atualmente, o que pode ampliar a frequência dos negócios na bolsa.

Segundo Vieira, esse é o próximo alvo de evolução tecnológica da B3 após ter concluído, na véspera, com êxito a integração total das clearings, que trouxe como uma das consequências a liberação de 21,3 bilhões de reais em margens depositadas por investidores na bolsa paulista.

A mudança impacta principalmente gestores de fundos multimercado, que comparativamente têm que apresentar os maiores montantes de margens, e os investidores estrangeiros.

De acordo com o executivo, apenas quatro corretoras de pequeno porte tiveram que fazer ajustes de última hora.

Por um período de 30 dias, a bolsa terá equipes trabalhando em três turnos para manter a estabilização do sistema no caso de situações extraordinárias.

Como um dos desdobramentos da unificação das clearings, a bolsa brasileira está finalizando um processo de certificação cruzada com outros mercados internacionais, como Estados Unidos e Europa.

Como exemplo prático desse processo, dentro de algumas semanas a B3 passará a aceitar papéis como títulos do governo dos EUA e da Alemanha como garantia, explicou Vieira. Hoje, a bolsa só aceita garantias de ativos nacionais.

Esses ativos de fora do país poderão representar até 8 por cento do estoque de garantias da B3, hoje de cerca de 200 bilhões de reais.

(Por Aluísio Alves)