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CPFL Energia quer ampliar negócios em transmissão; avalia leilões de hidrelétricas

14/09/2017 15h02

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A CPFL Energia quer ampliar a presença no segmento de transmissão de eletricidade, o que deve acontecer por meio da participação em leilões previstos pelo governo para concessão de licenças de construção e operação de novas linhas, disse à Reuters um executivo da companhia.

Além de transmissão, a companhia controlada pela chinesa State Grid, maior elétrica do mundo, também pode avaliar participação na licitação de hidrelétricas da Cemig e também a privatização da Cesp, previstas para este mês.

No setor de transmissão, o foco da CPFL será a disputa por linhas a serem construídas perto de ativos da empresa, como a área de concessão de suas distribuidoras ou a região em que ela opera hidrelétricas, além das proximidades de parques eólicos ou outras usinas de sua controlada CPFL Renováveis.

"Faz parte da estratégia do grupo estudar esses ativos e buscar crescimento nesse tipo de investimento", disse o presidente da unidade de geração da CPFL, Fernando Mano.

"Estamos estudando projetos. O interesse do grupo é participar do que chamamos 'transmissão de nicho'. Não é fazer grandes linhas, mas participar nesses ativos que tenham sinergias com nossas distribuidoras, com nossas usinas eólicas, hídricas", disse o executivo.

A CPFL Geração, que gerencia os aportes do grupo nas linhas de energia, concluiu recentemente as obras de um projeto de transmissão cuja concessão foi arrematada em uma licitação de 2015.

A construção da subestação Morro Agudo, na região de Ribeirão Preto (SP), foi concluída pela CPFL cerca de três meses antes do prazo fixado em leilão, com investimento de cerca de 100 milhões de reais.

"Foi feito um esforço grande pela equipe e conseguimos antecipar, mostrando que dá para fazer no prazo", disse Mano, em referência aos constantes atrasos enfrentados por projetos no setor de transmissão.

Ele não quis estimar, no entanto, quanto a companhia poderá direcionar ao setor de transmissão nos próximos anos.

"É difícil falar um valor, vai depender dos projetos e do nível de competição... mas o objetivo é, sim, continuar avaliando oportunidades em transmissão", afirmou.

OUTRAS OPORTUNIDADES

O presidente da CPFL Geração disse que a companhia também pode avaliar outros negócios, como um leilão no qual serão oferecidas a investidores as concessões de hidrelétricas da mineira Cemig, cujos contratos venceram, e a privatização da geradora Cesp pelo governo paulista.

"A gente está avaliando. As decisões, às vezes, ficam para o final do processo... mas no fundo, sempre que tem uma oportunidade grande como essas, até como player que quer ser consolidador, a gente tem intenção de pelo menos estudar", disse Mano.

Segundo o executivo, as oportunidades de investimento são alvo de discussão junto aos acionistas.

Ele disse que a companhia estudará também uma possível participação em leilões de energia agendados pelo governo para dezembro, o A-4 e o A-6, que contratarão usinas para início de fornecimento em 2021 e 2023.