Governo convoca comitê do setor elétrico por preocupação com falta de chuvas
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal convocou uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para esta terça-feira devido a preocupações com a falta de chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, disse uma autoridade à Reuters.
Com precipitações fracas previstas para este e o próximo mês, a expectativa é de forte aumento de custos para atender à demanda, com o acionamento de termelétricas mais caras, o que pode levar as contas de luz a ter já em outubro uma cobrança adicional, decorrente do acionamento da bandeira tarifária vermelha em seu segundo patamar.
Atualmente, a bandeira tarifária das contas de luz é amarela, o que significa um custo adicional de 2 reais a cada 100 kilowatts-hora em eletricidade consumidos. A bandeira vermelha eleva o adicional para 3 reais em seu primeiro patamar e para 3,50 reais no segundo patamar.
"Há uma preocupação muito grande com a pluviometria daqui para a frente, com o regime hidrológico. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ficou de apresentar nessa reunião extraordinária uma análise mais consistente, para sabermos o nível de despacho de termelétricas que será necessário", explicou o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Lopes Alves.
Ele disse que não é cogitado no momento acionar termelétricas mais caras em caráter emergencial, o chamado despacho "fora da ordem de mérito", mas admitiu que o acionamento de termelétricas esperado devido à seca poderá aumentar as contas de luz nos próximos meses.
"Vai ser analisado nessa reunião, mas provavelmente em outubro deverá ser acionado bandeira vermelha. O que está se avaliando é se é nível 1 ou nível 2", disse Lopes.
O CMSE foi criado em 2004, pouco após o Brasil passar por um racionamento de eletricidade entre 2001 e 2002. Formado por autoridades de órgãos técnicos do setor elétrico e do governo, o comitê tem como objetivo avaliar riscos para a segurança do suprimento de energia.
Lopes disse que "não há nenhuma ameaça de falta de energia" apesar da falta de chuvas, mas não descartou medidas adicionais para lidar com a situação. "O problema é o custo", apontou.
CAMPANHA
O secretário do Ministério de Minas afirmou que o governo tem considerado lançar uma campanha para conscientizar a população sobre o problema de oferta gerado pelas chuvas fracas, para incentivar uma economia de energia, o que também deverá ser discutido na reunião do CMSE desta terça-feira.
"A ideia é de se começar, junto com a bandeira tarifária, uma campanha de conscientização. Uma das formas de você gerenciar a demanda é pelo consumo", disse o secretário.
A Reuters publicou na semana passada que a situação hídrica não deve ter alívio significativo nem mesmo no período tradicionalmente de chuvas na região das hidrelétricas, entre dezembro e abril, segundo projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A instituição espera precipitações abaixo da média histórica durante todo o período, o que pode atrapalhar uma recuperação dos reservatórios das hidrelétricas para 2018.
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