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Petrobras vai a leilões com estratégia de recompor porftólio, diz CEO a funcionários

26/09/2017 15h42

Por Marta Nogueira

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras irá participar dos leilões em que o governo oferecerá áreas para exploração de petróleo e gás neste mês e em outubro, disse o presidente da companhia, Pedro Parente, em mensagem aos funcionários da estatal vista pela Reuters.

"Para a nossa empresa, é o momento de atuar estrategicamente e recompor nosso portfólio exploratório", escreveu Parente, que definiu as licitações como "o início de um novo momento no setor de óleo e gás" no Brasil.

Um primeiro leilão, na quarta-feira, oferecerá áreas em regime de concessão, enquanto duas licitações em 27 de outubro envolverão áreas em regime de partilha de produção na região do pré-sal brasileiro.

Todas as rodadas, promovidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atraíram interesse de grandes petroleiras globais, entre as quais as gigantes Exxon Mobil e Royal Dutch Shell, entre outras.

"Recompor o nosso portfólio de exploração é uma das iniciativas de nosso planejamento estratégico e a Petrobras fará ofertas pelos campos que agregarem valor ao nosso conjunto já existente de ativos, conforme já demonstramos ao exercer o direito de preferência nas áreas ofertadas no leilão de partilha", ressaltou Parente.

No final de maio, a Petrobras anunciou que exercerá direito de preferência em apenas três dos oito prospectos que serão ofertados nos dois leilões do pré-sal.

Na segunda rodada do pré-sal, a empresa vai mirar a área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá, um dos maiores do Brasil já em produção, enquanto na terceira a estatal exercerá preferência nos prospectos exploratórios de Peroba e Alto de Cabo Frio Central.

Parente disse que a Petrobras ainda tem muitos "desafios financeiros" e uma dívida elevada, mas ressaltou que os recursos para os leilões estão assegurados em seu planejamento de investimentos.

"Entendemos que a oportunidade que se abre com a retomada dos leilões pelo governo é um momento importante para a nossa empresa", apontou.

De acordo com o executivo, a Petrobras irá buscar áreas que agreguem valor à companhia, considerando os ativos que já estão em sua carteira e os riscos associados a cada área.

"Nosso objetivo é assegurar que, olhando o conjunto de todas as áreas ofertadas nesses leilões, tenhamos os melhores resultados para o nosso portfólio e avancemos de forma consistente na reconstrução de nossa empresa", disse.

A expectativa do governo é arrecadar ao menos 1 bilhão de reais com a cobrança de bônus de outorga no leilão de quarta-feira, de áreas no pós-sal e terrestres.

Já os dois leilões do pré-sal de 27 de outubro podem arrecadar ao menos 7,75 bilhões de reais se todas áreas ofertadas forem arrematadas pelo bônus de outorga mínimo.

Procurada, a Petrobras confirmou a autenticidade da mensagem do presidente da companhia aos funcionários, mas disse que não vai comentar o conteúdo do documento.

(Reportagem adicional de Luciano Costa)