Mulheres de países desenvolvidos têm mais estudo que homens, mas ganham menos, diz OCDE

Atualmente as mulheres de países desenvolvidos são mais escolarizadas que os homens, mas ainda assim ganham menos, são mal representadas na política e têm menos probabilidade de alcançar os altos escalões de empresas ou de se tornarem empreendedoras, relatou um centro de estudos global nesta quarta-feira (4).
Do Canadá, Japão, Noruega à Austrália, mulheres jovens ganham quase 15% a menos do que os homens, embora tenham mais estudo, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris.
A diferença de pagamento por gênero se mostrou teimosamente constante ao longo da última década, apesar da adoção de políticas melhores para pais que trabalham, da transparência na diferença de salário em ambientes de trabalho e de sistemas de cotas para aumentar a quantidade de mulheres em conselhos e cargos de direção, informou a OCDE.
"Todo país enfrenta seus próprios obstáculos para alcançar a igualdade de gênero, e para fazer uma diferença verdadeira precisamos mudar as políticas públicas ao mesmo tempo que os estereótipos, as atitudes e os comportamentos", disse Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, em um comunicado.
Ter que interromper a carreira após o nascimento de filhos devido a políticas de trabalho inflexíveis ou estereótipos de gênero subjacentes, além da discriminação contra as mulheres no ambiente de trabalho, são fatores essenciais que impedem que as mulheres ganhem o mesmo que os homens, afirmou o relatório.
Além das questões relacionadas ao trabalho, a distribuição desigual de tarefas dos pais, a pouca representação política e os estereótipos sociais arraigados também são barreiras para se chegar à igualdade de gênero, disse o documento.
Mas a maioria dos países da OCDE analisados no relatório disse que evitar a violência contra as mulheres é sua prioridade máxima.
"Estas desigualdades deveriam ter sido resolvidas há tempos. Não existe razão para as mulheres estarem atrás dos homens em quesitos sociais, econômicos e políticos", afirmou Gurría.
"A igualdade de gênero é essencial para fazer com que homens e mulheres possam contribuir plenamente em casa, no trabalho e na vida pública para o aprimoramento das sociedades e as economias em geral", acrescentou.
Se a disparidade salarial diminuir em um quarto até 2025, isso poderia acrescentar 1 ponto percentual adicional ao crescimento econômico projetado para os países da OCDE entre 2013 e 2025, segundo o relatório.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.