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Cenário básico para inflação não mudou, diz Ilan, reiterando redução moderada em queda dos juros

10/10/2017 11h34

BRASÍLIA (Reuters) - O cenário básico para a inflação não mudou desde a última reunião do Comitê de Política Monetária e do Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central no fim de setembro, apontou nesta terça-feira o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, reforçando que uma redução moderada na magnitude de corte da Selic é vista pelo Copom como adequada.

"Além disso, nas mesmas condições, o Comitê antevê encerramento gradual do ciclo" de afrouxamento monetário, repetiu Ilan, falando em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Desde outubro do ano passado, a taxa básica de juros já caiu seis pontos percentuais, ao patamar atual de 8,25 por cento ao ano. Diante das reiteradas sinalizações do BC, a expectativa majoritária do mercado é que o próximo corte na Selic seja de 0,75 ponto, no encontro deste mês, ante redução de 1 ponto adotada nas últimas quatro reuniões do Copom.

Durante sua fala, Ilan apontou que a inflação caiu e não voltará a dois dígitos. Também justificou que o choque de preços de alimentos explica em boa medida o fato de o IPCA estar abaixo do piso da meta de inflação para este ano.

O alvo buscado pelo governo para 2017 é de 4,5 por cento, com banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Mas nos 12 meses até setembro, o IPCA ficou em apenas 2,5 por cento, sendo que a expectativa mais recente do mercado é de que feche o ano em 2,98 por cento, de acordo com a pesquisa Focus do BC.

"É natural, em função dos choques, se esperar que, num regime de metas bem implementado, a inflação flutue em torno do objetivo, estando, por vezes, acima ou abaixo da meta estabelecida", disse Ilan.

"O importante é que as expectativas para a inflação nos anos seguintes estejam ancoradas na meta", acrescentou.

O presidente do BC também ressaltou aos senadores a importância dos ajustes e reformas na economia a fim de garantir que a tendência de queda das taxas de juros reais seja sustentável.

Nesse contexto, deu ênfase à reforma da Previdência. O governo busca aprovar uma versão desidratada do texto em novembro, mas a possibilidade é encarada com ceticismo pelos próprios parlamentares diante da proximidade das eleições de 2018.

Ilan também defendeu os esforços do governo na área de infraestrutura e em privatizações, destacando que a retomada dos investimentos é o próximo passo esperado para o avanço da economia no médio e no longo prazo.

(Por Marcela Ayres)