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BR Distribuidora reverte prejuízo e lucra R$620 mi nos primeiros 9 meses de 2017

17/10/2017 18h46

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A BR Distribuidora, subsidiária de combustíveis da Petrobras, teve lucro de 620 milhões de reais no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, ante prejuízo de 367 milhões no mesmo período do ano passado, de acordo com prospecto preliminar da oferta inicial de ações da BR Distribuidora, publicado nesta nesta terça-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 2,184 bilhões de reais, entre janeiro e setembro, alta de 0,4 por cento ante o mesmo período de 2016.

A receita de vendas da maior distribuidora de combustíveis do Brasil foi de 61,781 bilhões de reais, queda de 6,2 por cento em relação a um ano antes.

Já o volume de vendas da BR Distribuidora, nos primeiros nove meses do ano, foi de 32,149 milhões de metros cúbicos, queda de 7 por cento em comparação ao mesmo período do ano passado.

A empresa não fez comentários sobre os dados financeiros.

Na véspera, a Petrobras pediu na CVM registro de companhia aberta para a BR Distribuidora, além de aval para realizar uma oferta inicial de ações da subsidiária.

No prospecto publicado nesta terça-feira, a empresa apresentou suas vantagens diante do mercado e apontou oportunidades de crescimento e de retorno para futuros acionistas.

PLANOS PARA O FUTURO

Líder no mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil, com aproximadamente 30 por cento de participação em termos de volumes de vendas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a BR acredita ter potencial para crescer mais.

Dentre os objetivos da empresa está a expansão da rede de postos de serviço por meio da conversão de postos bandeira branca, segundo o prospecto.

"Segundo dados da ANP, em 31 de dezembro de 2016, havia 17.128 postos 'bandeira branca' no país, dos quais 44 por cento identificamos com potencial para conversão, considerando sua localização e o seu volume de vendas", disse a empresa.

A BR já tem a maior rede de postos de serviço do pais, fornecendo com exclusividade diesel, gasolina, etanol, gás natural veicular (GNV) e lubrificantes para 8.212 postos de serviço, localizados em todo o território nacional, segundo dados de mercado de 30 de setembro de 2017.

A empresa ponderou que entre 2014 e 2016 houve uma retração do mercado brasileiro de distribuição de combustíveis e derivados, principalmente devido à retração econômica, mas destacou que a perspectiva para os próximos anos é de recuperação da economia brasileira.

A busca por maior eficiência e o fortalecimento da estrutura logística, redução de custos e aperfeiçoamento da sinergia entre negócios também fazem parte da estratégia da BR.

Outra frente prevista pela companhia será expandir segmentos com maior potencial de geração de valor e desinvestir de negócios não relacionados às atividades principais.

Como exemplo, a BR destacou que prevê iniciar, em janeiro de 2018, a ampliação de 55 por cento da capacidade de produção de sua fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, para 42 mil metros cúbicos por mês, contra os 27 mil metros cúbicos atuais, até o fim de 2019.

"Temos como objetivo aumentar nossas vendas de lubrificantes da linha Lubrax, resultando em maior rentabilidade devido as maiores margens proporcionadas por este produto", afirmou.

Além da marca de lubrificantes Lubrax, a empresa destacou que conta com outras marcas muito conhecidas como BR Mania, Podium e Grid, que vão ajudar a companhia a buscar sua expansão. Outra vantagem competitiva para o crescimento, segundo o prospecto, é sua ampla e flexível infraestrutura logística.

FATORES DE RISCO

Em contrapartida, a BR apontou fatores de riscos aos quais está exposta, dentre eles, estão decisões desfavoráveis em processos judiciais, arbitrais ou administrativos.

Em 30 de setembro, a companhia figurava no polo passivo em 10.184 processos judiciais, arbitrais ou administrativos, cujo valor total envolvido era de aproximadamente 12,238 bilhões de reais, dos quais 2,102 bilhões estavam provisionados.

Além disso, a empresa também está exposta a possíveis desdobramentos da Lava Jato, aos interesses da Petrobras como controladora, a riscos de crédito e inadimplência de seus clientes, além de praticas anticompetitivas, evasão fiscal e adulteração de combustíveis no segmento de distribuição de combustíveis podem distorcer os preços de mercado.

(Por Marta Nogueira)