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Petrobras pode ir além de áreas selecionadas em leilão do pré-sal; atuará em parceiras

24/10/2017 12h43

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras não necessariamente ficará restrita a lances no leilão do pré-sal em áreas em que já exerceu o direito de preferência, e irá atuar em parcerias, disse nesta terça-feira Pedro Parente, presidente da companhia, após a abertura do evento do setor OTC Brasil, no Rio de Janeiro.

Das oito áreas que serão ofertadas no leilão marcado para sexta-feira, a Petrobras exerceu direito de preferência para ser a operadora de três: Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo frio - Central.

Nas demais áreas do leilão, a empresa poderá ainda participar, mas sem qualquer prioridade.

"Não necessariamente (faremos lances) apenas (pelas) três, mas as três certamente já estamos com um bom direito assegurado de que dentro das condições econômicas favoráveis, que só serão conhecidas no leilão, nós temos o direito de participar dessas áreas", disse Parente, a jornalistas.

O executivo ponderou que a empresa, altamente endividada, precisa ser seletiva em suas ofertas, apesar de o leilão trazer oportunidades muito relevantes para a indústria de petróleo.

O leilão vai ofertar áreas com grande potencial petrolífero, sob regime de partilha de produção. Ao todo, as empresas vencedoras terão de pagar mais de 7 bilhões de reais em bônus de assinatura por todas as áreas, mas vence quem oferecer ao governo o maior percentual do óleo produzido.

"Dado o conjunto de boas áreas ofertadas, certamente seria uma boa ideia ou seria possível pensar exclusivamente sob o ponto de vista da qualidade das áreas de uma participação mais ampla, mas a seletividade e a situação da empresa exige que a gente faça lances somente nas áreas que possam ter potencial maior", afirmou.

Questionado se poderá repetir a parceria de sucesso exibida na 14ª Rodada de licitação, sob regime de concessão, em setembro, com a gigante Exxon Mobil, o executivo afirmou que não revelaria sua estratégia.

"Não esperem de mim que eu faça qualquer comentário sobre as parcerias, só posso dizer que parceria é a maneira usual de se trabalhar nessa indústria e nós vamos de parcerias", disse o executivo.

VENDAS DE ATIVOS

Parente ressaltou que a empresa mantém a meta de desinvestimentos, de cerca de 21 bilhões de dólares até o fim do ano que vem, uma forma de a companhia reduzir o endividamento.

Segundo ele, as liminares contra as vendas de diversos ativos, conseguidas após ações populares na Justiça, são naturais no processo de desinvestimento no Brasil.

"Respeitando inteiramente o regime legal brasileiro, nós conseguimos reverter a maior parte delas. O que isso significa portanto é que há um atraso, mas não há a impossibilidade de fazer esses desinvestimentos", afirmou Parente.

Sobre o IPO da BR Distribuidora, que promete ser a parte mais relevante do plano de desinvestimentos, o executivo afirmou que não foi definida uma data ainda e que vai levar em conta as condições de mercado.

Entretanto, ele destacou que deseja "fazer o mais rápido possível".

(Por Alexandra Alper, Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)