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Governo central tem déficit primário de R$22,725 bi em setembro, pior que o esperado

26/10/2017 15h32

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 22,725 bilhões de reais em setembro, informou o Tesouro nesta quinta-feira, desempenho pior que o esperado e afetado pela forte base de despesas do governo.

A projeção de analistas era de que o saldo ficaria negativo em 20,6 bilhões de reais no mês, segundo pesquisa Reuters.

Enquanto a Previdência amargou déficit de 28,137 bilhões de reais em setembro, enquanto Tesouro e BC somaram juntos um superávit de 5,412 bilhões de reais.

As despesas no mês até cresceram menos do que as receitas. A forte base de gastos, contudo, acabou resultando no déficit.

Em setembro, a alta real das despesas totais foi de 3,6 por cento ante igual período do ano passado, a 112,564 bilhões de reais, puxada pelo expansão de 7,7 por cento em benefícios previdenciários.

As receitas líquidas do governo central, por sua vez, subiram 8,5 por na mesma base, a 89,839 bilhões de reais, impulsionadas pela arrecadação extraordinária de 3,3 bilhões de reais com o Refis, programa de regularização tributária.

Também contribuíram para o avanço o crescimento de 1 bilhão de reais na arrecadação com PIS/Cofins sobre combustíveis, na esteira de elevação desses tributos promovida pelo governo, e o aumento de 3,7 bilhões de reais nas receitas por conta "do comportamento dos principais indicadores macroeconômicos", conforme destacou o Tesouro em apresentação.

ANO

Nos nove primeiros meses do ano, o rombo chegou a 108,533 bilhões de reais, subindo a 169,9 bilhões de reais no acumulado em 12 meses, acima da meta de déficit de 159 bilhões de reais para o ano.

O governo tem reiterado o compromisso com a meta e, para tanto, conta com receitas além do esperado que foram arrecadadas em leilões de energia e petróleo, além da liberação de mais recursos em precatórios não sacados há mais de dois anos -- possibilidade que ainda segue em análise jurídica.

Segundo o Tesouro, a piora no resultado acumulado deverá ser revertida nos meses de novembro e dezembro, já que no último bimestre do ano passado foram regularizados uma série de pagamentos, incluindo a organismos internacionais e referentes a tarifas bancárias, afetando a base de cálculo em 12 meses.

Para o mesmo período deste ano, o Tesouro prevê o ingresso de 27,6 bilhões de reais em receitas de concessões e permissões.

(Por Marcela Ayres)