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Dólar sobe ante real com cautela sobre agenda econômica

30/10/2017 11h03

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava com leve alta ante o real nesta segunda-feira, após registrar a maior valorização semanal em quase cinco meses, com cautela sobre o avanço de medidas econômicas no Congresso Nacional em meio a incertezas políticas.

Também estava no radar a escolha do próximo chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, o que deve ocorrer nesta semana ainda.

Às 10:58, o dólar avançava 0,36 por cento, a 3,2554 reais na venda, depois de bater 3,2352 reais na mínima do dia, num movimento momentâneo de correção. O dólar futuro era negociado com alta de cerca de 0,50 por cento.

Na semana passada, a moeda norte-americana acumulou valorização de 1,70 por cento, maior alta semanal frente ao real desde meados de maio, quando veio à tona a delação de executivos da JBS, que atingiu em cheio o governo do presidente Michel Temer.

"Eu continuo muito pessimista quanto à aprovação da reforma da Previdência, pois como os dados econômicos estão melhorando, os políticos estão querendo adiar essa decisão para não se desgastar", afirmou o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Permanecia no ar o ceticismo do mercado sobre a capacidade do presidente de dar continuidade à agenda econômica, em especial a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar a contas públicas do país em ordem.

Os temores com a cena política cresceram depois que a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia contra Temer, uma vez que o placar abaixo do esperado pelo governo indicou que o Planalto deve encontrar dificuldades para tocar sua agenda dentro do Congresso.

No exterior, os mercados respiravam um pouco mais aliviados após notícias na semana passada de que o atual diretor do Fed Jerome Powell estaria na frente para ser escolhido como próximo chair do Fed, no lugar de Janet Yellen, cujo mandato termina em fevereiro de 2018.

Por Powell ser menos conservador, os investidores reduziram os temores de mais altas de juros no país. Taxas mais elevadas nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.

O dólar recuava cerca de 0,25 por cento contra uma cesta de moedas, mas ainda perto da máxima de três meses atingida no pregão passado. Sobre outras divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano, o dólar também tinha leves variações.

(Por Thaís Freitas)