Oi está focada em recuperação judicial, não em novos investidores, diz presidente
Por Gram Slattery e Brad Haynes
SÃO PAULO (Reuters) - A Oi ganhará com uma injeção de capital de terceiros, mas a companhia deveria se focar em negociações entre credores e acionistas antes de se engajar com outros investidores estratégicos, disse nesta segunda-feira o presidente-executivo da empresa em recuperação judicial.
Em entrevista sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre, o presidente-executivo Marco Schroeder afirmou que considera "extremamente importante" que a assembleia de credores da operadora tenha sido adiada da sexta-feira passada para 7 de dezembro, uma vez que credores e acionistas ainda não chegaram a um entendimento.
A operadora entrou com pedido de recuperação judicial em junho do ano passado, sob peso de cerca de 65 bilhões de reais em dívidas.
A Oi divulgou lucro líquido de 8 milhões de reais entre julho e setembro ante prejuízo líquido de 1,214 bilhão sofrido um ano antes, apoiada em efeitos cambiais sobre a dívida em moeda estrangeira.
Vários grupos sem participação significativa na operadora propuseram injeção de recursos na Oi em troca de ações da empresa, incluindo TPG Capital Management e a estatal chinesa China Telecom.
"Eu creio que não é um bom momento para ter esta conversa", disse Schroeder. "Temos que superar a questão da recuperação judicial antes de nos engajar realmente com estes grupos", afirmou Schroeder.
"Eu creio que foi extremamente importante marcar a assembleia de credores para 7 de dezembro, mesmo se não for conclusiva. As pessoas começam a discutir, começam a organizar as ideias."
Se os credores votarem contra o plano de recuperação a ser apresentado na assembleia, a Oi corre o risco de ter falência decretada. Entretanto, disse Schroeder, essa possibilidade é "praticamente inexistente" uma vez que os detentores de bônus da empresa perderiam quase todo o investimento neste cenário.
RESULTADO
O lucro da Oi no terceiro trimestre foi o primeiro resultado positivo da companhia desde 2015. Durante o trimestre, a Oi continuou com estratégia de cortes de custos. As despesas operacionais caíram 7,2 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 4,321 bilhões de reais e o investimento nas instalações da empresa recuou 1,5 bilhão de reais.
Apesar disso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 2,4 por cento, para 1,6 bilhão de reais.
A Oi teve queda de 7,3 por cento nas unidades geradoras de receita, pressionadas por recuo de 10 por cento em serviços de telefonia móvel.
A dívida líquida ao final de setembro somou 44,1 bilhões de reais, ante 44,5 bilhões ao fim de junho. O caixa ficou em 7,73 bilhões de reais, alta de 8 por cento no ano a ano e de 4 por cento na comparação trimestral.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso