Vale adia venda de fatia em mina de níquel de Nova Caledônia, dizem fontes
Por Tatiana Bautzer e Nicole Mordant
NEW YORK/VANCOUVER (Reuters) - A mineradora brasileira Vale decidiu adiar o processo de venda de participação em uma mina de níquel na Nova Caledônia, após considerar as propostas iniciais pelo ativo muito baixas, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.
A maior produtora de minério de ferro do mundo pode atrasar o processo em até um ano. A empresa prevê uma recuperação dos preços do níquel, segundo as fontes, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a abordar o assunto.
Uma das fontes disse que a Vale estava buscando investimentos de 500 milhões a 1 bilhão de dólares na unidade Vale Nova Caledônia, que registrou problemas técnicos como um vazamento químico, além de enfrentar violentos protestos locais.
A empresa reduziu recentemente o peso de sua dívida --um dos objetivos dos esforços recentes para a venda de ativos-- e o novo presidente, Fabio Schvartsman, está realizando uma ampla revisão estratégica.
A Vale estava conversando com a recicladora chinesa de baterias GEM há vários meses sobre a participação na mina, mas essas negociações ficaram paralisadas, disseram as fontes. A GEM não respondeu aos pedidos de comentários.
Fabricantes de baterias recarregáveis para veículos elétricos estão procurando assegurar suprimentos de cobalto, lítio e níquel, que são ingredientes chave das baterias.
A Vale disse que o processo de venda de participação na mina ainda está em curso e que recebeu ofertas. O banco Nova Scotia, do Canadá, que assessora o processo de venda, não respondeu a pedidos de comentários.
As ações ordinárias da Vale subiram 1 por cento na B3 nesta sexta-feira, ampliando a alta neste ano para 33 por cento.
Acima do orçamento e após anos de atraso quando finalmente começou em 2010, o projeto da Nova Caledônia acumulou quase 1,3 bilhão de dólares em perdas entre 2014 e 2016, de acordo com uma apresentação de junho a investidores. Isso também reduziu o campo de potenciais interessados, de acordo com a segunda fonte.
Em uma conferência de investidores em Nova York nesta semana, Schvartsman disse que o níquel gerou retornos abaixo do esperado para a Vale e prometeu cortar novos investimentos no negócio.
"Esperamos que o níquel terá mais demanda à medida que se torna uma matéria-prima para baterias de carros, mas os preços não reagiram até agora", disse Schvartsman.
Murilo Ferreira, que Schvartsman substituiu como CEO em maio, decidiu vender a mina de níquel Nova Caledônia como parte de um plano de venda de ativos de 15 bilhões de dólares anunciado em 2016, para reduzir a dívida.
A dívida líquida da Vale diminuiu 18 por cento nos últimos 12 meses até setembro, para 21 bilhões de reais. Ela ficou em 4,9 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), abaixo do patamar anterior, de 8,6 vezes um ano antes, de acordo com dados da Thomson Reuters.
(Por Tatiana Bautzer em Nova York e Nicole Mordant em Vancouver; reportagem adicional de Marta Nogueira no Rio de Janeiro, Melanie Burton em Melbourne, Susan Taylor e John Tilak em Toronto e Tom Daly em Pequim)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS LC RS MN
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