Minha Casa Minha Vida responde por quase 78% dos lançamentos imobiliários desde 2008, mostra estudo
SÃO PAULO (Reuters) - As incorporadoras imobiliárias lançaram um total de 6,3 milhões de unidades entre 2008 e 2017, sendo que 77,8% dentro do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, mostrou estudo divulgado nesta terça-feira (28) pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Os empreendimentos de médio e alto padrão corresponderam a 20,7% dos lançamentos desde 2008 até agosto deste ano, enquanto imóveis comerciais representaram 1,6%, destacou o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, ao apresentar o estudo "Cadeia de valor e importância socioeconômica da incorporação imobiliária no Brasil", em São Paulo.
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Segundo Zylberstajn, o setor respondeu pela criação média de 1,9 milhão de empregos por ano em todo o país entre 2010 e 2017. "O pico da geração de empregos foi em 2014, quando foram gerados 2,5 milhões de vagas", comentou o economista.
O estudo apontou, ainda, que a arrecadação de impostos com incorporação imobiliária e atividades relacionadas foi de R$ 157,4 bilhões entre 2010 e 2017, o equivalente a uma media de R$ 19,7 bilhões por ano. O auge também foi observado em 2014, quando o setor arrecadou R$ 25,1 bilhões.
Recuperação e distratos
O presidente Abrainc, Luiz Antonio França, disse no mesmo evento que a retomada da economia já pode ser percebida nos indicadores industriais e que as atividades de incorporação imobiliária e as reformas são cruciais para o Brasil sair da recessão.
"O governo está ciente dos problemas enfrentados e busca reduzir os custos. A reforma da previdência é o próximo marco dessa fase", afirmou França durante o lançamento da campanha "Do mesmo lado", na qual a entidade se posiciona "ao lado do crescimento do país".
Ele disse, contudo, que as incorporadores e investidores do setor imobiliário precisam da regulamentação dos distratos para se sentirem seguros em aplicar dinheiro nos empreendimentos. "A regra trará recursos e segurança para os investimentos no setor", disse França.
(Edição de Raquel Stenzel)
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