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Opep e Rússia parecem prontas para estender acordo de corte de produção de petróleo

29/11/2017 12h34

VIENA (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia parecem prontas para prolongar os cortes de produção até o fim de 2018 nesta semana, enquanto sinalizam que podem revisar o acordo quando se encontrarem novamente em junho caso o mercado se aqueça demais.

Com os preços do petróleo subindo acima dos 60 dólares por barril, a Rússia questionou a sensatez de estender os cortes existentes de 1,8 milhão de barris por dia até o fim do próximo ano, uma vez que tal medida poderia desencadear uma alta na produção dos Estados Unidos.

A Rússia precisa de preços muito mais baixos para equilibrar seu orçamento do que a líder da Opep, Arábia Saudita, que está se preparando para uma listagem da estatal energética Aramco no mercado de ações no próximo ano e que, portanto, se beneficiaria do petróleo em preços mais elevados.

Seis ministros da Opep e de países produtores de fora da Opep, incluindo Arábia Saudita e Rússia, se reunião em Viena nesta quarta-feira —um dia antes da reunião completa da Opep— para revisar recomendações de seus delegados.

Na terça-feira, um comitê misto de membros e não membros da Opep recomendou estender os cortes até o fim de 2018 com uma opção de revisar o acerto na próxima reunião do grupo em junho, disseram três fontes da Opep.

"Em realidade seria uma extensão de três meses com a revisão em junho", disse Olivier Jakob da consultoria Petromatrix. Os cortes atuais expiram em março.

Os preços do petróleo Brent e EUA recuavam nesta quarta-feira pelo terceiro dia consecutivo, embora o Brent continuasse acima dos 63 dólares por barril.

O ministro de Energia dos Emirados Árabes, Suhail bin Mohammed al-Mazroui, disse na terça-feira que cortar a produção durante todo o ano de 2018 continua sendo o principal, mas não único, cenário.

O ministro de Petróleo iraquiano, Jabal al-Luaibi, disse a repórteres nesta quarta-feira que também apoiava uma extensão de nove meses.

Khalid al-Falih, o ministro de Energia saudita, não fez comentários após se reunir com o seu equivalente russo, Alexander Novak.

Novak disse a repórteres após a reunião com o ministro saudita: "Nós entendemos que precisamos tomar mais medidas para reequilibrar o mercado... Nós temos um entendimento comum (com Falih)."

Os cortes de produção têm vigorado desde o início de 2017 e ajudaram a reduzir pela metade o excesso nos estoques globais de petróleo, embora esses continuem 140 mil barris acima da média de cinco anos, segundo a Opep.

(Por Ernest Scheyder e Ahmad Ghaddar; reportagem adicional de Rania El Gamal, Shadia Nasralla, Alex Lawler e Vladimir Soldatkin)