Maia diz que é difícil votar Previdência semana que vem, só pautará com garantia de aprovação
SÃO PAULO, 11 Dez (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (11) que é "difícil" votar a reforma da Previdência na Casa na semana que vem e afirmou que só pautará a proposta caso existam garantias "muito claras" de que ela será aprovada pelos deputados.
Maia voltou a dizer a jornalistas, após reunião na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), que está pessoalmente empenhado em transformar votos atualmente contrários à reforma em favoráveis e disse que trabalhará para que a medida seja aprovada na Casa ainda neste ano.
"Olhando de hoje para a próxima terça-feira (19), não é fácil votar essa matéria, mas como discutir essa matéria hoje também era impossível seis meses atrás e pela sua urgência estamos discutindo, vamos continuar discutindo e tentando criar as condições para aprová-la ainda este ano", disse Maia.
"Não é fácil a gente votar na próxima semana, mas, como eu disse, parecia impossível a gente estar discutindo Previdência em dezembro de véspera de ano eleitoral", acrescentou.
Maia ressaltou, porém, que o pior cenário é colocar a reforma em votação e a proposta ser derrotada.
"Vou pautar conversando com o presidente Michel Temer, mas não vou pautar uma matéria dessa se a gente não tiver muita clareza de que a gente tem mais de 308 votos", disse.
"Não é bom para o Parlamento e muito menos é bom para o Brasil ter uma votação com resultado ruim. Até porque, se a expectativa for de derrota, o resultado será pior que aquele projetado antes da votação."
Depois de o presidente Michel Temer admitir no domingo (10), em Buenos Aires, que a reforma pode ser votada em 2018, Maia disse que, caso a medida não seja aprovada pelos parlamentares ainda neste ano, ela não sairá da pauta do país "em hipótese nenhuma".
Para que os deputados aprovem a reforma, são necessários os votos de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação. Após passar na Câmara, a medida também terá de ser analisada pelo Senado.
(Reportagem de Natália Scalzaretto; Texto de Eduardo Simões; Edição de Alexandre Caverni)